Cap. VIII - Aleijadinho

Aproveito a oportunidade, estando em Congonhas, para contar um pouco sobre Aleijadinho. Tem uma extensa e excelente pesquisa feita pelo português Carlos Leite Ribeiro da qual tirei alguns lances:

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, nasceu em Ouro Preto – na época em que a cidade tinha o nome de Vila Rica - no dia 29 de Agosto de 1730 e morreu a 18 de Novembro de 1814 (essas datas não são muito confiáveis, devido a dificuldades de documentação comprobatória). É considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais e das artes plásticas no Brasil. A sua obra compreende desde imagens em madeira e pedra-sabão, matéria-prima tipicamente brasileira, até igrejas. Suas obras são as mais representativas do Brasil colonial, com características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Foi escultor, entalhador, desenhista e arquiteto.

Filho natural de uma escrava de nome Isabel, formou-se nas lides artísticas com seu pai, o arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e com o tio, Antônio Francisco Pombal, entalhador dotado. A sua obra como escultor, entalhador e arquiteto encontra-se nas igrejas de 11 cidades de Minas Gerais, mas estão em Ouro Preto as principais esculturas e obras em talha e em Congonhas do Campo as mais significativas.

Considerado filho bastardo, foi alforriado pelo pai no dia em que nasceu. Teve a infância acompanhada de perto pelo seu pai, que cuidou de sua educação. Aprendeu a ler e escrever, gostava de música e das artes em geral. Conheceu o latim com seus amigos das irmandades religiosas. Através deles, tinha acesso às bíblias ilustradas e ficava deslumbrado com as gravuras e ilustrações. De personalidade forte e perseverante, estudou desenho e arquitetura com os mestres da época.

Seu pai, em 1741, participou dos arremates do Palácio dos Governadores e, mais tarde, trabalhou na decoração da Igreja de Santa Efigênia, em Ouro Preto. Em 1766, projetou a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, também em Ouro Preto. Seu tio, Francisco Antônio Pombal, fora o primeiro a romper com as limitações de espaço na decoração das igrejas mineiras, acrescentando paredes de madeira à construção de taipa. Foi nesse meio, em contacto com mestres da talha e da escultura, que se deu a sua formação.

Por volta de 1766 é contratado pela Ordem Franciscana de Assis para construir a Igreja de São Francisco de Assis, sua obra-prima, na qual consagra seu estilo rococó. Seu nome e sua fama correm entre os aristocratas portugueses e de todos os lugares das Minas Gerais chegam convites para o mestre.

Com aproximadamente quarenta anos de idade começou a desenvolver uma doença degenerativa dos membros (não se sabe ao certo se porfiaria, lepra, escorbuto, reumatismo ou sífilis), que lhe comprometeu gradativamente os movimentos das mãos. Para poder trabalhar, um ajudante amarrava-lhe as ferramentas aos membros.

A doença é implacável. Cada vez mais arredio, ele se esconde com a ajuda de seus leais escravos Maurício, Agostinho e Januário. Manteve-se em atividade até dois anos antes de falecer.

Já bem velho, Aleijadinho piora de saúde, ficando totalmente paralítico, e de 1812 a 1814 quem cuida de Aleijadinho é sua nora Joana que considerava-o como um pai que não teve. Morreu pobre em 1814. Seu corpo está enterrado no interior da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição na cidade de Ouro Preto.

(Vejam a Malu no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=P7cn4AcAoR0)

(continua)

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 28/06/2008
Reeditado em 28/06/2008
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