RELATÓRIO DE UMA CAMINHADA EM GOIÂNIA, SETOR SUL - 2

Saí para outra caminhada, no mesmo percurso de ontem.
Descendo a 86, o casal de idosos não estava no portão, agora com um cadeado.
Atravessei a 115 e, per miracolo, nenhum fiadaputa furou o sinal.
No Super- Zé não tinha nenhum cartaz ou faixa com ofertas.
Passando no pé de jurubeba, encontrei uma jurubeba amarelada, a primeira que conheci nesse estágio, pois sempre permaneciam verdes e escureciam, até secar.
Logo após, havia na rua um aro de tampa de fogão a lenha, o que me fez recordar do Sul e do Batista ("aquisição" do meu pai, que se juntou à família, "tema" de muitos causos gaúchos, no livro que publiquei, em 1990) fazendo fogo de madrugada e o cheiro da lenha subindo a escada e passando por baixo da porta do quarto.
De novo a pracinha e a inconformidade com os corujicidas.
O relógio e o termômetro digitais da Católica voltaram a funcionar. Pensei em olhar hora e temperatura, mas o ângulo não favorecia e, depois, esqueci. Na próxima eu olho.
O bundudo da pet-shopp conversava animadamente com a secretária do Dentista e mais duas pessoas, mas não entendi o assunto.
Comprei "sabão de pedra" no Zé a 2,19 e massa de tomate a 1,39 por 350 gramas ( deve ser o tal de "marquetingue" que não deixa arredondar nenhum preço).
O "senhor dos pombos" não estava no Cepal e outra pessoa devia ter colocado milho, pois os grãos eram inteiros.
Um quase fiadaputa quase entrou com sinal vermelho, na 115, em compensação os dos carros-na-calçada estavam logo acima.
O portão da 86 continuava só e ainda mais triste, pela ausência do casal de velhinhos.
Um beija-flor, pousado num fio da rede, cobiçava as flores do jardim do vizinho-que-cumprimenta (quase o único), pardais voejavam pra lá e pra cá, um anu-preto olhava a paisagem de cima de um poste e um casal de rolinhas namorava num fio acima da nossa caixa de correspondências.
Cheguei em casa e entreguei o "sabão de pedra" para a empregada, que riu.
Antes
de tomar banho, dei uma conferida no Recanto nosso de cada dia.