As Igrejas da Má Fé

* Este Texto havia sido publicado no site no dia 02/07/08 e está sendo republicado em função de alguns esclarecimentos.

* Meu único objetivo com este texto é fazer acusações àquelas igrejas que exploram de todas as formas o sofrimento e o desespero das pessoas.

Sabem quando eu pararei de fazer acusações à estas igrejas? No dia em que seus adeptos pararem de explorar pessoas inocentes, quando pararem de prejudicar estas pessoas com falsas promessas de curas e quando pararem de explorá-las financeiramente.

Mudanças nas Igrejas cristãs parecem sempre surgir da necessidade de atrair fiéis. O cristianismo como está nos evangelhos, prega uma série de alegrias e benefícios para uma vida futura. O Novo testamento inteiro trata da promessa do Reino dos Céus, no qual entrarão aqueles que se redimirem de seus pecados e aceitarem Cristo como o seu salvador. No entanto, todos os benefícios pregados nos evangelhos são para a tal “vida que virá.” Toda a História do cristianismo foi assim, marcada por promessas de uma vida de alegrias espirituais e, pela promessa do Juízo Final e da segunda vinda de Cristo. Séculos se passaram e os cristãos continuaram aguardando pelo dia em que entrarão no Reino dos Céus. Transformações radicais ocorreram no mundo, vivemos hoje outra realidade. A ciência adquiriu liberdades, agora é livre para expor suas novas descobertas e tais descobertas trazem novos entendimentos e novas indagações. Pregar a ressurreição dos mortos e a segunda vinda de Cristo já não se tornou fácil. As pessoas não querem mais esperar. Desejam resultados imediatos e, uma crença que prega alegrias para a vida futura já encontra menos espaço. Aí que entram as “igrejas da má fé”, prometendo resultados imediatos: a cura de doenças, o fim do desemprego, o fim do sofrimento, o fim de todos os males! Basta converter-se que Jesus te salvará (dizem eles), pois Jesus ama a todos e promete a salvação para todos! O reino que tais igrejas pregam, não é o Reino dos Céus, mas é o suposto reino das alegrias imediatas no planeta Terra. Cristo pregava que aquele que se apegasse à sua vida, a perderia e, que aquele que perdesse a sua vida em nome do cristianismo, para dedicar-se ao próximo, esse sim é que a ganharia. Enquanto isso, tais igrejas pregam o apego à vida, aos bens materiais, pregam o individualismo. Acho bom levantar tais questões, pois qualquer pessoa mesmo que inculta sabe que isso é absolutamente incompatível com a “Boa Nova” do cristianismo. Onde ficam os ensinamentos básicos e fundamentais do cristianismo nisso tudo? Tudo bem, Cristo pregou como mandamento máximo: “Amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo.” Por isso se preocuparão apenas em gritar por aí: Jesus te ama? Como ficam outras questões fundamentais? Como fica a questão da renúncia? Não há absolutamente uma única frase em todo o Novo Testamento que mencione uma suposta prosperidade financeira por meio da fé. Aliás, os evangelhos exaltam o contrário: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus... Ninguém pode servir a Deus e à riqueza.”

Enquanto o cristianismo ensina que o cristão deve dar sem desejar receber nada em troca, eles ensinam aos seus seguidores que eles devem visar recompensas e doar às igrejas parte de seus salários e, que quanto mais eles derem, supostamente mais recompensas Deus lhes dará! Se o simples fato de se tornar cristão, na visão deles ajudaria alguém a enriquecer, como podem explicar então a existência de tantos ateus milionários e tantos milionários que se declaram satanistas? Ainda não conheci nenhum freqüentador destas igrejas que tenha enriquecido, os únicos que vi enriquecer foram os próprios pastores.

Com a Reforma Protestante questionou-se a imposição do celibato, este que no início do cristianismo era recomendado e adotado por aqueles que viam nisso a forma de dedicarem-se plenamente a esta nova vida em que ingressavam. O celibato sempre foi opcional mas nunca escutei falarem em pastor celibatário; jamais escutei alguém dizer que o celibato era recomendado a todo o cristão, independente da função que este viesse a ocupar na igreja. A recomendação do celibato que se encontra no Novo Testamento foi abolida; ninguém mais a menciona, pois todos se sentem incapazes de praticarem tal estilo de vida. Deixaram de lado a renúncia às coisas do mundo e agora pregam o apego ao mundo. Justificam-se alegando que a imposição do celibato produziu padres pedófilos, quando o mesmo crime é praticado por falsos religiosos das mais variadas igrejas. É isso o que fazem tais igrejas que se dizem cristãs e propagam coisas absolutamente incompatíveis com os textos do Novo Testamento. Não pregam os Evangelhos, o adaptaram à forma como o desejaram. Adaptaram-no à forma que o homem moderno, cheio de necessidades, o seria capaz de aceitar. É mais fácil pregar aquilo que já se sabe que as multidões querem ouvir. E inventando falsas igrejas, que se vangloriam por atraírem multidões, esqueceram-se também de um detalhe muito ressaltado: “Muitos serão chamados e poucos serão os escolhidos.”

ATENÇÂO:

Critico aqui claramente tais igrejas, mas não entendam através da leitura de meu texto que eu seja católico, pois não sou. É incrível perceber que ao fazermos acusações deste tipo, as pessoas logo crêem que somos adeptos de alguma doutrina religiosa. Não sou integrante de igreja alguma. Conheço bem a História da Igreja Católica e a considero a igreja mais assassina que já existiu na face da Terra.

A constituição brasileira garante aos cidadãos a liberdade de professar e praticar sua fé religiosa, assim como garante a liberdade de pensamento e de expressar opiniões. Nada mais lógico e correto no mundo civilizado. Alguém pode vir a dizer que ao criticar e condenar as “igrejas da má fé”, eu não estou respeitando o direito da prática religiosa de tais pessoas. Evidente que não se trata disso. Religiões costumam se basear em livros sagrados e seguir ensinamentos básicos contidos em tais livros. Questiono tais religiões, pois dizem se basear em um livro sagrado, sendo que se observa com grande tranqüilidade que todas estas igrejas estão em desacordo com tal livro. Não posso ser acusado de desrespeitar a fé de alguém, estou tratando de uma evidência, criticando e condenando aquilo que claramente se define como charlatanismo e exploração. Se eu estivesse condenando os ensinamentos que estão neste livro religioso e injuriando aqueles que nele crêem, aí sim eu poderia ser acusado de desrespeito à crença. Não é o caso. Estou criticando obviamente estes falsos religiosos e exploradores da ingenuidade alheia, que distorcem e desrespeitam os ensinamentos de um livro religioso. Estes sim deveriam ser severamente punidos. E àqueles que porventura vierem a ler este meu texto e não compreenderem os argumentos expostos aqui, fiquem à vontade para pegar suas pedras e me apedrejar ou montar uma grande fogueira em praça pública.

Provocador
Enviado por Provocador em 05/07/2008
Reeditado em 23/02/2012
Código do texto: T1066278
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