CÂNCER DE MAMA E OUTROS TRAUMAS

Lembro-me de Silvinha, quando ainda garotinha, imitava com perfeição a italiana Rita Pavone. Era fantástica. Tempos depois ela aparecia ao lado do cantor e esposo Eduardo Araújo, formando um par perfeito. No dia 26 p.p. o Brasil foi surpreendido com a morte da cantora. Ela sofria de câncer na mama. Tinha extirpado o seio, um trauma terrível para uma mulher. Em recente entrevista, quando perguntada qual a reação do seu marido, com relação à mastectomia que ela sofrera, a cantora sorriu e respondeu: - Ele disse que eu continuava linda!

Mesmo com toda evolução da medicina, algumas cirurgias atemorizam as mulheres; Faz com que elas temam se tornarem incapacitadas para o sexo. Porém, o maior de todos os medos é a rejeição do parceiro. Caso isso aconteça, o céu lhe cairá sob a cabeça. Mas nem sempre assim acontece. Certamente existem aqueles que agem dessa forma. Rejeitam suas mulheres. Outros não. Apóiam sua amada e a fortalece, mantém sua estima em elevação revigorando o desejo de viver.

A histerectomia, remoção do útero deixa as mulheres apavoradas. Segundo comentários alhures, com a retirada do útero a mulher se torna frágil, menos feminina. A verdade é que o intestino se acomoda no local anteriormente ocupado pelo útero. Assim sendo, ao ser retirado em nada compromete o desejo, a excitação e o prazer sexual da mulher, nem mesmo do homem que com ela se relaciona no que se refere ao físico. Mas algumas mulheres concordam com a patranha deformada pela imaginação popular.

Por outro lado a extirpação da mama (Mastectomia) causa um grande trauma à mulher, pois fere imensamente à imagem sensual que esse órgão representa. Ela sabe que todo o corpo é erótico e tende a refazer a imagem, contudo, a mutilação sofrida a abala emocionalmente. A preocupação maior é com a reação do seu marido ou namorado. Como ele irá reagir? Desvincular a sexualidade de uma única parte do corpo torna-se uma missão quase impossível, ainda mais quando a deformidade compromete tanto a beleza física, quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem.

A falta da mama não atinge fisicamente o desejo, a excitação e o orgasmo, assim como as cirurgias de vasectomia no homem, e ligadura na mulher. Na vasectomia corta-se o canal no ponto em que sai dos testículos evitando a saída de espermatozóides. O equivalente feminino é ligar as trompas de Falópio, onde o espermatozóide fecunda o óvulo. Isolando-as dos ovários por meio de um corte na sua extensão ou um nó. Os gametas feminino e masculino não se encontrarão; portanto, não haverá fecundação.

O desenvolvimento de alguma dificuldade sexual depois dessas cirurgias normalmente ocorre devido a questões culturais e não fisiológicas. A retirada dos ovários pode abalar a sexualidade feminina, visto que neles são secretados a progesterona e o estrógeno - hormônios que interferem em seu desempenho – tal fato pode ser contornado com o tratamento de reposição hormonal quando necessário. Quanto à estética, a medicina hoje faz milagres, contudo, se não houver apoio emocional do homem, a mulher certamente deixará de brilhar e aos poucos perderá o viço, o vigor e a exuberância de vida.