O TRÔCO DA VIDA

São aproximadamente 17:30 horas de um dia qualquer do mês de julho de 1983 e, Aloísio está a esperar por Mônica que irá passar por aquele local, vinda de mais um desgastante dia de trabalho. Com o coração batendo mais forte, o apaixonado Aloísio vê a sua amada aproximar-se dele cada vez mais e, a impressão que ele tem, é que o coração vai sair-lhe pela boca. Mônica que não é boba nem nada, sabe perfeitamente das intenções do jovem de 21 anos, que é completamente louco de amores por ela, não escondendo isso de ninguém. Só que a Mônica é uma dessas moças, como muitas, que gostam de se fazer de difícil, pisando, esnobando e fazendo sofrer seus pretendentes. Quase todos os dias e à mesma hora (17:30), o jovem e insistente Aloísio está ali no caminho da Mônica, com rosas, frases de amor e presentinhos que são aceitos pela moça de 19 anos, trazendo para o jovem uma falsa esperança que o faz sofrer cada vez mais.

Aloísio trabalha na parte da manhã como estagiário em uma empresa de publicidade na cidade onde reside e, faz faculdade à noite no mesmo ramo de trabalho que exerce, tentando abrir novos horizontes para o futuro.

O "cachorrinho" Aloísio como de costume, está no mesmo local onde Mônica costuma passar. São 17:32 horas de uma quinta-feira fria, quando o jovem vê a cena mais terrivel da sua vida: ELE VÊ A SUA AMADA VINDO EM SUA DIREÇÃO, ABRAÇADA E AOS BEIJOS COM UM DESCONHECIDO. A caixa de bombons que Aloísio tem às mãos, que seria o presente para Mônica naquele dia, cai ao chão, enquanto Mônica e o estranho passam por ali ignorando a presença de um jovem arrasado.

Aloísio muda-se para o Estado de São Paulo uma semana depois, indo morar com uma tia, irmã de seu pai, para dar prosseguimento aos estudos e tentar esquecer a dor do amor que a vida impusera à sua alma.

Mônica casou-se com o estranho (Esthéfano) em 1984, e teve uma filhinha com ele. Um ano após o casamento, Mônica separou-se do marido devido aos maus tratos sofridos. Ele sempre chegava em casa embriagado e drogado e, batia nela.

Hoje, Esthéfano, cumpre pena, por tráfico e homicídio.

Mônica fechou completamente o seu coração a um novo amor e resolveu dedicar-se totalmente à felicidade de sua filha única, viver para ela e, em função dela.

Aloísio tornou-se um empresário bem sucedido no ramo de publicidade na terra da garôa. Encontrou uma mulher maravilhosa (Cristina) que deu-lhe três filhos, fazendo-o esquecer completamente de Mônica, que um dia foi o amor da sua vida, mas que como muitas Mônicas por aí, desprezam o verdadeiro amor, jogando-o na lata de lixo, assinando a setença da própria infelicidade.

O olhar triste e constante de Mônica pode ser contemplado ainda hoje e, com certeza ela daria tudo para voltar no tempo e valorizar o amor de Aloísio por ela no passado. Só que na vida, o tempo não perdoa as decisões erradas. O quê resta para a Mônica agora é compreender que infelizmente o tempo passou e é tarde demais para voltar atrás.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 08/07/2008
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T1070323
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