Sentido da vida

"A Pedro Gabriel e Miguel Felipe, por darem sentido à minha existência". Assim eu imagino a minha dedicatória, em uma publicação que seja. Meus dois filhos - o segundo ainda vai chegar em dezembro - impuseram a mim uma forma diferente de pensar na vida. Ambos chegaram em momentos diferentes, quase antagônicos. Ainda não assimilei o suficiente com o primeiro, mas o segundo já chega com alguns pontos resolvidos.

Chega então a questão, que é o sentido da vida, que os dois pimpolhos trouxeram para mim. A vida não tem sentido, ela é tudo, dizia Gustavo Corção. A vida não tem sentido, e se tiver é dar um sentido a ela, disse certa vez Leonardo Boff. Melamed gosta de perguntar aos seus convidados do "Residência" de seu programa sobre isso, o sentido da vida.

Qual o sentido da vida? Eu concordo que a vida não tenha sentido. Não me satisfez a resposta que durante alguns anos era óbvia: "glorificar ao Senhor". Deus não precisa disto. Minha psiquiatra foi mais feliz. Parei aqui no sorteio da vida. De certa forma não basta viver, isto um cachorro faz com excelência, e também a tartaruga que temos em casa.

O sentido da vida poderia ser evitar a ressaca, ou manter a harmonia, como já ouvi alguma vez. O sentido da vida seria talvez tocar o barco adiante.

Se não há vida além desta, por que existiríamos então, não é verdade?

Ó vida.

Viver é tudo de bom, e as crianças dão um toque especial. Ser útil, responsável. Ter um freio não somente na boca, mas a nos vigiar. Ser responsável pela vida de outros dá uma pitada a mais ao pensarmos sobre uma resposta que satisfaça definitivamente; se bem que a graça é não ter resposta.