Morangos

Estamos em época de morangos. É estranho, mas quando como muito morango tenho uma memória palativa muito grande. Lembro me de coisas do passado. Tenho a sensação da infância no gosto, no cheiro. Morangos me remetem ao meu passado. Compramos quatro caixas de morango que estavam na promoção e eu os comi muito. Tudo. Resolvi bater com leite e me lembrei novamente, num senimento nostalgico, num deja vu estranho.

Deparei-me em meu computador vendo vídeos do meu cãozinho vovô. O Lobinho. Quinze anos caninos sabemos que são, digamos que, centenário. É estranho, porque meus morangos se relacionaram tão diretamente com meu cachorrinho. Nossa passado bate a nossa porta todos os dias. Nada eu consigo esquecer. Seja pelo gosto do morango ou pelo latido canino de uma criatura. São sabores, emoções, visões, olfatos, indigeríveis, que ficarão pra sempre em mim.

Não sei quantos anos vou viver, mas creio que terei muitos sabores pra me lembrar um dia. Hoje foi o morango, mas dependendo do meu presente, um dia talvez me lembre do gosto do limão, e não veja vídeos de meu cachorro. Ou talvez quem sabe, me lembre do sabor do chocolate, ou da baunilha, adocicando meu futuro imprevisível, mas que com certeza traçado no meu tão veloz presente escrito sobre meu passado.