CULTURA MUSICAL

Conforme o Aurélio música é “arte e ciência de combinar os sons de modo agradável”. Por sua vez, a palavra musical (derivada de música) significa: “agradável ao ouvido; harmonioso”.

Especialistas em Sociolíngüística afirmam: o sentido das palavras varia com o tempo (por questões sociais), sendo necessária a substituição para manter o sentido original do objeto que designam. Um exemplo contemporâneo é o verbo “ficar” - atualmente, muito em uso para significar “a troca de carinhos por um período curto, mas sem compromisso de namoro”, segundo o Aurélio.

Entretanto, não apenas as palavras variam - a própria cultura passa por mudanças.

É ponto pacífico que uma das mais fortes expressões da cultura de um povo é sua música - é possível, por exemplo, fazer um breve relato da história do Brasil, nos últimos 50 anos, através do repertório musical, dos autores e intérpretes que estavam nas paradas de “sucesso”.

Ainda está na mente de muitos, um famoso programa onde o apresentador perguntava aos participantes: “Qual é a Música?”. Atualmente a pergunta poderia ser: “Cadê a Música de qualidade?”.

A Cultura Musical pode ser entendida como o “conjunto dos conhecimentos adquiridos sobre a arte de combinar os sons de forma agradável ao ouvido”. Isso implica dizer que o objetivo da música (como expressão artística), é tornar saudável essa existência, especialmente quando a vida em comunidade parece tão dura, fria e hostil.

Contudo, a música tem sido transformada num produto comercial de fácil liquidez e rentabilidade.

Antes de qualquer “impressão” sobre esta análise, considere que não está sendo produzindo um documentário sobre a história da MPB; mas, o relato de alguns detalhes do cenário musical brasileiro, a partir dos anos sessenta - fazendo referência a pessoas ou grupos que ocupavam posição de destaque através da música popular:

Os Incríveis cantavam e encantavam com a música: “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones” - onde contavam a história do jovem americano cujos sonhos se perderam nos campos de guerra no Vietnã.

Aguinaldo Timóteo com “os verdes campos de minha terra” - confortou quem tomava o “pau-de-arara” (rumo ao sul), em busca de trabalho.

Dom e Ravel com “ensine a ler e escrever, você também é responsável” - fizeram uma exortação a responsabilidade pela educação do próximo.

Nos anos setenta, O Roberto lembrava que “um erro não conserta o outro” - conscientizando que o progresso não pode nem deve acontecer sem a responsabilidade ecológica.

O Vandré com “Pra não dizer que não falei de flores” (transformado em hino de protesto) - contribuiu para o avanço do movimento sindical, ajudando no cultivo da consciência social da classe trabalhadora.

A relação seria infinita mesmo numa análise superficial. Nem sequer foi analisado o estilo musical menos tocado (na época):

Chico Buarque, Caetano, Gil, Betânia, Gal Costa, Rita Lee, etc.

Nos anos setenta surgiram: Guilherme Arantes, Gonzaguinha, Fagner, Zé Ramalho, Elba, Beto Guedes, Geraldo Azevedo, Simone, Djavan, etc.

Nos anos oitenta surgiu: o Legião Urbana, os Paralamas do Sucesso, o Barão Vermelho, Capital Inicial, Engenheiros do Havaí, etc - com suas bem elaboradas letras em busca de uma sociedade melhor - pensem na filosofia através da mensagem simples: “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.

Estes e inúmeros outros (NÃO RELACIONADOS NESTA ANÁLISE), escreveram páginas preciosas na história musical da nação - transmitindo nas composições ou canções interpretadas, o sonho de uma sociedade menos injusta, mais fraterna, harmoniosa e saudável;

Inclusive, algum tempo após o “Pare o mundo que eu quero descer” (Sílvio Brito) - foi acontecendo (de forma brusca), a inversão de valores:

A conquista de novos recursos técnicos destinados à produção musical em larga escala; chegou de “braços e abraços” com letras e mensagem de baixa qualidade - a exceção virou uma regra. A meta da indústria fonográfica é vender CDs ou DVDs, enquanto a base da pirâmide social amarga as conseqüências do “tudo por dinheiro”.

Algum internauta poderia pensar: “Deixe de ser exagerado!”.

Resposta: Considerando-se que música é “arte e ciência de combinar os sons de modo agradável”. O que pensar de uma mensagem assim: “vamos embora, pro bar, beber, cair e levantar!” ou “De bar em bar, de mesa em mesa, tomando cachaça, bebendo cerveja”.

Essa “mensagem” (uma pérola da era pós - superficial), faz parte da letra de “sucessos” dos mais tocados nas emissoras de rádio, “carrinhos” de distribuição de CDs ou DVDs “piratas” ou de “infernais” automóveis cujos proprietários são adeptos do “barulho”.

Por trás de “letras” tão fracas e medíocres estão nomes vulgares como seja o caso de uma “banda” cujo nome é o de uma doença que acomete vacas após o parto.

Existe uma “dupla” no mercado que canta uma letra mais ou menos assim: “amor de prostituta é bom demais”. Outra dupla cantava assim: “a meia noite tudo é permitido - mulher casada troca de marido”.

Ainda não estão no mercado, mas de repente poderão surgir algumas bandas com nomes “criativos”: “cueca encardida”, “garota de programa”, “cachaça com amendoim”, etc. - tudo é possível nesse “país de mil e uma farsas”, onde quase tudo termina em “pizza”.

Mas, não pense que os “arraiais” da música cristã estão imunes ao consumismo através da venda de cds ou dvds, independente de motivação correta.

Pra começar, a Bíblia define a verdadeira adoração como a atitude onde o adorador prostra-se diante de DEUS, de forma humilde, simples e de quebrantamento.

Contudo, a adoração na igreja contemporânea foi transformada em um show com as últimas novidades em termos de recursos tecnológicos:

Pra o adorador (criatura) TUDO!

Pra o DEUS (O Criador) - digno de adoração, motivo da adoração: NADA!

Isso levou a “noiva de CRISTO” à falta de sintonia com a missão do SENHOR - a olhos humanos é impossível “encarar” a realidade das ruas numa atitude de adoração porque nas “esquinas da vida” não existe um palco com os últimos recursos da tecnologia.

O “palco” é para quem “gosta” de passar no “camarim” pra “retocar” a maquiagem, antes de fazer a publicidade divina: “Jesus te ama e eu também” (mas, compre meu novo cd).

O pastor e conferencista Marcelo Gualberto observa que o “crente” sai da igreja entoando: “o culto hoje foi maravilhoso; Jesus derramou o seu amor” - no dia seguinte (chega ao seu local de trabalho), entoando alegremente: “o culto ontem foi maravilhoso, Jesus derramou o seu amor”. Nem percebe que a “recepcionista” da empresa, está triste porque não teve “um culto maravilhoso”.

Há alguns anos, um dos cânticos de “adoração” mais tocados em nossas igrejas, trazia a mensagem seguinte: “eu quero mais muito mais do seu amor, você é tudo pra mim”... (???!!!).

Não me pergunte o sentido porque não existe nada na Bíblia sobre tal mensagem.

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 10/07/2008
Código do texto: T1074011
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