... o meu paraíso é assim ...

Vamos lá, agora quero falar do céu, o paraíso, da nossa morada eterna. Como não creio na existência de uma laxa de lixo para onde vão as coisas que não deram certo - malgrado já nascidas com defeito - então me resta crer que ou não há nada depois ou então só há festa.

Penso que o céu deveria assemelhar-se a um sebo. Não por causa dos livros. Sentiria-me confortável por lá, espirrando aquela poeirada toda, mas lambendo os beiços e folheando os materiais. Sequer teria uma poltrona, deitaria num papelão esticado no chão, caixa de geladeira. limparia os óculos com plástico bolha. Quem não curtisse literatura poderia ao menos passear por livros antigos com gravuras de mulheres gorduchas lá dos antigamentes. Num sebo também encontramos livros para crentes e carismáticos, bem ou mal poderia conviver bem com eles.

Nos fundos do sebo - ou em outro espaço apropriado - poderia existir uma pastelaria. Tomaria refresco de laranja com pastel de carne. Creio que seria um bom programa para a eternidade.

Aqui em Teresópolis temos um sebo na rodoviária. Poderíamos descer alguns minutos e sentir cheiro de pneus de ônibus, combustível. Ah! também teríamos a oportunidade de um rápido xixi nas dependências sempre bem cuidadas de uma rodoviária (atenção, estamos falando do céu).

Então, o que acham de meu paraíso?