Quero morrer assim...
 
 
Existe algo mais delicioso que compartilhar música com alguém?
Lembranças afloram o coração.
Velhos tempos de bailinhos!
Dançar agarradinho.
Nossa!
Quanta saudade!
Vivenciando um momento assim e no saudosismo da época, percebo o quanto fomos mais românticos.
Sinto-me orgulhosa por ter vivido nos anos 60 e 70
Quanta maravilha aconteceu!
As músicas eram românticas.
Um homem era capaz de escrever uma música para seu amor, sem receios.
A impressão é que esse amor eternizou-se.
No mínimo na música composta.
Antes os casais chamavam-se de querido, querida.
Depois se usou o bem, benzinho.
Hoje o que mais se ouve é amor.
Não importa muito a palavra chamada.
Mas a forma de demonstração.
O romantismo está em baixa.
O sonho não é mais aceito com a naturalidade que tem.
Ao contrário do que deveria ser qualquer demonstração de amor significa fragilidade ou até mesmo fraqueza.
Ama-se por instantes, não mais para sempre
Romeu e Julieta ficaram obsoletos
Virou história em quadrinhos e motivo de chacota.
Caí nessa armadilha também, inevitável...
Retomo minhas emoções, fantasias e romantismo
Permito-me a retomada.
Ainda é tempo de sonhar o sonho perdido.
Fantasiar a alegria do amor.
Ainda é tempo de beijar na boca longamente.
De fazer amor a qualquer hora.
Fazer poemas para meu amor.
Dançar juntinho e dar uns amassos.
Não me importo com a idade ou com a tentativa frustrada das pessoas em me fazerem abandonar o sonho
Caminho junto à simplicidade da vida a dois.
Do choro ao ouvir músicas maravilhosas e eternas.
O almoço gostoso, preparado com o carinho que só quem ama sabe de fato.
O descanso após o almoço agarradinho.
O olhar de cumplicidade.
Dos poemas de amor para meu amor.
Grito meu amor ao mundo.
Cerco-me de abraços a qualquer hora.
Resisto ao tempo e aos incrédulos.
Aposto no amor eterno que vive em mim.
Quero poder morrer... assim...