Monólogo do caderno

Desde os tempos imemoriais nossos ancestrais já tentavam registrar a insustentável leveza do ser! E num sofrido monólogo o caderno reivindica seu nascimento! Eu nasci primeiro, a tinta que me desculpe se eles a deixam por derradeiro e nunca ela é mencionada.

Se os homens primordiais escreveram primeiro com a pena de pássaro então primeiro tiveram que fazer a tinta! Ou então se os homens primordiais fizeram um estilete de ossos e arranharam a pedra para fazer seus primeiros registros seja o paredão da gruta ou a pedra lisa usadas, eu já estava lá sem sombra de dúvidas eu nasci primeiro!

A cada ovelha que passava, uma pedra no pé da porteira era colocada, amanhã a gente faz o inverso para ver se está faltando alguma ovelha! Os romanos reinvidicam os números, os pastores árabes também, pelos tão famosos algarismos arábicos que o mundo adotou! Será o primeiro caderno aquelas pedrinhas? Os chineses que o digam pois até hoje usam símbolos! A pena, o estilete e a tinta reinvidicam. Eu pleiteio, cheguei primeiro. Quando o homem pensou em criar eu já estava aguardando. Eu dei a “luz” ao primeiro registro! E lamentavelmente até hoje escritor algum foi homenageado com a página de “ouro”.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 23/07/2008
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