OS TRES CAMINHOS DO HOMEM

Sinto-me feliz em poder escrever sobre a região na qual nasci, sobre a vida, assim como da enigmática palavra amor. Já me fizeram as seguintes perguntas: - por que escrever sobre a vida? Ora a vida me fascina, me ensina, ao mesmo tempo em que eu posso servir como cobaia da própria vida. - Por que escrever sobre o amor? Por que nenhuma pessoa passa em brancas nuvens, quando se trata de amor.

O ser humano não vive sem que não fale pelo menos uma vez em sua vida, ou faça uma simples menção de sua terra natal, de sua caminhada existencial e do amor que mudou sua vida.

O local onde a gente nasce, brinca quando em criança, vive uma adolescência, passando parte de sua juventude, sempre nos trás recordações prazerosas e por vezes nem tanto, mas sempre será uma lembrança que nos acompanhará por toda uma existência.

Na minha adolescência e parte da juventude costumava subir nas árvores, sentar sobre seus galhos e degustar de seus frutos maduros. Poder disputar com os pássaros, e pequenos macacos: sanhaços, saíras e sagüis “não têm preço”. Quando vejo hoje na cidade grande, as crianças não terem um espaço, no qual possam ver e descobrir as necessidades da natureza, da convivência pacifica entre o mais simples microorganismos até o mais portentoso jatobá das nossas florestas, então, sinto e vejo; isto tem um preço. O preço do desconhecimento, da impotência adquirida, por aqueles que serão os futuros homens e mandatários. Correr em um campo aberto, observar todos os viventes alcançáveis, observar a beira de um rio ou um lago, um pântano, uma capoeira ou um brejo, uma piçarra ou um tabuleiro, nos dá uma formação, que só se aprende na maior universidade de ensino a céu aberto: a liberdade para ser criança, os vastos recantos deste Brasil amado, sem distinção de raça, de regionalismo e com o melhor que se pode ter, o prazer pela vida.

Tenho procurado através do tempo, aprender a cada dia sobre a vida e sempre uma nova lição se me apresenta a cada observação contemplativa, a cada caminhada que faço, a cada palavra dada ou recebida, a cada texto que leio ou escrevo, a cada comentário recebido, a cada abraço e sorriso esboçado; posso dizer que hoje colho o melhor de tudo isso para a permanente reconstrução da vida. Sem falsa modéstia, me defino como um estudioso da vida. Assim como a água que mata a sede e o alimento que sacia a fome, o conhecimento nessas três áreas é o maná que sacia minha alma. Quero estar sempre em busca do novo, compreender mais a terra, a vida e o amor. Quero conhecer a essência desses três segmentos através da leitura e da observação. Cada ser humano tem sua característica própria, seus medos, seus hábitos, suas neuroses, suas mandingas, seus credos e tantas outras coisas, que levaria horas para descrever todas elas. Porem este mesmo ser humano é uma constante em evolução; muda a cada hora, a cada dia de sua existência.

Como é prazeroso contemplar as pessoas e poder tirar dessa observação fragmentos de um todo, que é o comportamento individual ou grupal do ser humano.

O comportamento das pessoas, quando se trata do amor é a faceta mais curiosa que podemos espreitar nos indivíduos. O homem muda seu modo no acolhimento da mulher, seu olhar se torna terno, suas palavras são melodiosas e afáveis. A feminilidade se acerca da mulher, com toda a sua imponência, com todo o vigor que é natural da fêmea. A beleza dos movimentos corpóreos, delicadeza, suavidade, o brilho no olhar, os gestos com os cabelos, o sorriso, são alguns sinais do amor que começa aflorar.

Por isso me tornei um eterno caçador de tudo que diz respeito à regionalização e suas belezas, a vida e suas nuances o amor e o seu romantismo, sua graça, sua generosidade, sua ferocidade, sua poesia e todos os encantos que este pode nos oferecer.

Ame sua terra, faça a sua vida e tenha um amor, um grande amor, pois só assim, a terra poderá ser sua e a sua vida poderá ser compartilhada.

Rio, 25 de julho de 2008.

Feitosa dos Santos