DO INSTINTO HUMANO DE SOBREVIVÊNCIA

Na madrugada da humanidade, as crianças, os homens alimentavam-se (também) dos frutos da terra. Geralmente, os alimentos que possuíam características venenosas eram amargos, daí as crianças tinham maior capacidade de perceber este sabor e rejeitavam estes alimentos. Hoje uma criança tem cerca de 10.000 papilas gustativas, enquanto os homens adultos possuem cerca de 3.000 delas. Não é a toa que as crianças de hoje recusem, normalmente, verduras. Na antiguidade, para sobreviver, quando se percebia o gosto amargo dos alimentos, havia uma associação com o possível perigo de mal-estar ou envenenamento. Esta associação parece permanecer latente na infância (são conjecturas do autor).

Polêmica à parte, nós, seres humanos, possuímos ainda características animais que permanecem "embutidos" em nosso comportamento. Em crônicas futuras, comentarei nosso permanente instinto de guerra, nossa ansiedade em relação ao amor, nossa propensão incontrolável pelo sexo, entre outros aspectos. Os dados acima sobre o número de papilas gustativas podem ser imprecisos, fazem parte de pesquisas médicas, e esta não é (nem de longe) minha área. Enfim, parece claro que, sempre que existe um comportamento "pré-determinado e comum" nas mais diversas sociedades humanas, é uma característica biológica que possui profundas raízes (como o exemplo acima-simples- das verduras e crianças).

Muitas vezes, não entendemos a motivação aparen-

te de muitos atos cometidos pelos homens, assim como não entendemos os comportamentos comuns entre sociedades geograficamente distantes. Serão aspectos culturais aprendidos e repetidos ao longo do tempo ou fazem parte do nosso inegável instinto de sobrevivência?