A PRISÃO DO MEU ÍDOLO
- Um choque! um frio no estômago,uma dor..um telefonema sórdido e súbito me desalentava naquele momento!
Meus dedos gélidos discava o número que ia ao encontro do intepérie que surgia em minha vida,a partir daqueles minutos eu seria o cárcere de um sentimento novo. -Meu herói já não era livre,já não cantava o mesmo canto...treze dias na armadilha que o destino jogou o laço e o pegou! -Uma voz frágil e benevolente do outro lado da linha
cobrava a minha potencialidade:Força!Coragem filha!Olhei para o meu filho de colo e sentí-me impotente diante da minha capacidade de conceber,tudo era mínimo diante da minha dor máxima!
- Meu pai, minha postura, meu braço forte,meu ídolo, meu mocinho...seria agora o meu bandido? Lembrei-me da cena da despedida,da festinha dos amigos,quando tive de partir pra outra cidade..ah!queridos amigos,vou partir em busca de objetivos,mas
levo comigo a honra de ser filha desse herói desse guerreiro,meu mocinho!
- Enterrei agora o meu feliz retorno à minha terra natal e estendí as mãos do novo neto e do novo genro por entre grades...imaginei um pássaro,uma gaiola e o desespêro de um bando sem seu chefe,inerme,desolado,com as asas partidas!
Ah! como eu queria voar naquele momento!mas,não,eu não podia..também estava de asas feridas! O meu abraço de saudade
galgava uma cela...o desespêro me assolou; muitos dias insones,humor decaído e a cena que imaginava, fustigava agora a minha vida. Encarnei em mim aquela figura de herói derrotado, durante horas incansáveis sofrí, sentei naquele chão imundo! ví o rosto daqueles monstros do submundo fazendo a conjectura...ví a imagem triste dos meus irmãos a cada visita e o sofrimento da minha mãe.
Aviltado,sentí uma nuvem de rubor na face do meu herói e
e eu falei; Pai, acredito na tua retidão,no teu caráter, na tua decisão paterna pela defesa do teu filho e a armadilha que o destino te preparou não te fez deixar de ser pássaro,não matou o fulgor do nosso amor...eternamente você será o meu mocinho,o meu herói...o meu ídolo!