Palavras: encantos e desencantos...!

“Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!” Salmos 19:14.

Quem diria! O rei Davi, já se preocupava com as palavras e suas conseqüências. Ia mais longe, ainda, ao se preocupar até com o pensamento. Sabia que com as palavras poderia encantar ou desencantar ao Senhor.

Não quero usar essa citação como motivo religioso, mas pelo seu conteúdo didático. Seria essa a nossa preocupação com as palavras ditas? Bem ditas ou mal ditas?

Nas nossas relações sociais, principalmente familiares, usamos palavras que nem sempre são bem ditas. Todo mundo já se defrontou, alguma vez, em suas experiências com um assunto importante: discutir a relação. Já notou o que acontece nessas discussões? Acontecem discussões mesmo! Acusações, descontentamento, agressões verbais, palavreados cheios de peçonha, que mais matam que edificam.

O Zé, o meu amigo chato, já disse alguma vez que a agressão verbal, mais conhecida como xingamentos, é recurso utilizado por quem começa a perder a razão na discussão. Defender posições é legal, mas quando se apela para a agressividade exacerbada é sinal que a razão está ficando longe. Parece que o Zé tem razão!

Senão vejamos: um argumento na medida certa, com embasamento na educação e gentileza para com a outra pessoa, leva ao encantamento. Creio ser possível mudar muita coisa a partir de uma discussão dessas. Por outro lado, o uso de xingamentos desnecessários, palavras de baixo calão e agressivas desencantam e dificultam mais ainda o entendimento e o conseqüente consenso em qualquer discussão.

Há quem diga que não importam as palavras usadas nas discussões de relações, pois depois tudo se acerta e ficará bem. Duvido que isso ocorra, de fato! Palavras mal ditas nunca serão bem ditas! Uma vez mal ditas, sempre mal ditas! O efeito das palavras não volta atrás. Poderia até dizer que as palavras são como dardos que, quando lançados, atingirão sempre o alvo e farão danos, às vezes irreparáveis.

Como doem as palavras mal ditas! Sofremos dias com seus ferimentos, até cicatrizarem, se isso for possível! Magoam e, às vezes esses ferimentos sangram até a morte, são letais!

Gostaria de estar aqui falando da beleza das palavras. Como são belas, também podem ser horríveis. A discussão de relações deveria se proceder no campo das idéias, não das palavras ofensivas. Poderia se levar em conta, sempre, que do outro lado está uma pessoa que a gente quer bem.

Certo dia eu ouvi, de um familiar, que a boca fala o que o coração está cheio! Aliás, esta citação é bíblica e quer dizer que se estamos com pensamentos raivosos, sairão palavras rancorosas, com certeza de nossos lábios. Aí é que mora o perigo de ferimentos letais. Se a pessoa que é ofendida começar a pensar nessas palavras, ficará sempre a dúvida do verdadeiro sentimento do agressor. Porventura, a duvida não é o principio do desencantamento?

Palavras que encantam, palavras que desencantam...Todas saem de nossos lábios e são geradas em nossa mente, no nosso pensamento.

O salmista Davi tinha razão em sua preocupação: se as palavras que saem de meus lábios e os pensamentos que eu tenho são agradáveis, com certeza o Senhor se encantará, e todos os que estão comigo também!

http://jcsbem.blog.terra.com.br/