CRÔNICA COMEMORATIVA

Esta é mais que comemoração,é também uma homenagem ao grande Fernando Sabino,um dos mestres enquanto era estudante do ensino regular.Sem mais delongas,no parágrafo seguinte a crônica segue normalmente.

Ufa!!!Até que enfim heim seu autor,agora é comigo,o narrador.Enquanto meu computador estiver na loja,espero que saia de lá o mais rapidamente possível,vou publicando meus textos-seus não,são meus-êpa deixe-me prosseguir,tudo bem- tá certo,indo à Lan Houses.Ao sair de uma delas,fico adiando o momento de escrever uma crônica comemorativa de um mês de existência no Recanto das Letras.A ansiedade me assusta,seria mais fácil se tivesse inspirado para presentear meus leitores com um enredo de tirar o fôlego.Pretendia tirar da vida diária algo significativo,essa sanha me faz perder o essencial.Não sou profissional no assunto,no ônibus lanço um olhar para os presentes,onde há os assuntos que merecem uma narrativa.

Entra,então,uma jovem de pouco mais de vinte anos,com uma criança no colo.Carrega os apetrechos comuns às mães precavidas.Atrapalha-se diante do cobrador,por que não entrara pela outra porta?Senta-se ao meu lado,único banco disponível.A sua maneira humilde de falar e gestos contidos revelam uma educação exemplar e dignidade humana invejáveis.O bebê ao colo aparenta poucos dias de vida.Uma senhora à minha frente faz uma bateria de perguntas.Delas apuro que o menino está prestes a completar um mês de vida.Muitos dirão que isso foi premeditado,conveniente,circunstancial e outras expressões depreciativas.Nada me importa,quero mesmo é escrever algo substancial,que atinja a alma de meus leitores,se possível.Como aquele recém-nascido,sinto um estranho no ninho,um ser em aprendizagem contínua.Há excelentes escritores aqui,dignos de se exporem da forma tradicional,muitos já fazem isso.Eu quero apenas gritar a vontade de libertar muitas almas presas em meu corpo.Cada vez que redijo,um pouco de mim aparece,pois esses seres se despedem.Embora queiram retornar,não os deixo.Reconheço não ser eficiente nessa batalha.

Em meio a tantos pensamentos algo me faz voltar a si:o nenê se assusta com a freiada da condução.Começa a chorar,a mãe tenta acalmá-lo,seus esforços parecem em vão,alguns intolerantes declaram seu incômodo diante da situação.Parto em defesa da jovem,a mulher treme,instintivamente a toco no ombro.Ela aproxima a criança para perto de mim.Digo alguma gracinha para ele.Segura em meu dedo,sinto-me domado.Quando um filho recém-nascido o segura com sua mãozinha,prende-o totalmente,sua alma fica ligada a ele.Essa pegada me faz solidário a ele e sinto uma força crescendo em mim,uma certeza de que não estou só.Assim eu gostaria que fosse minha crônica comemorativa:um gesto simples e profundo para partilhar com os leitores.

LÉO VINCEY
Enviado por LÉO VINCEY em 02/09/2008
Código do texto: T1158342
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