RIO, PARADOXALMENTE AO RIO

E pensando buscava na reminiscência todos os recantos que pude conhecer nesta cidade, que tão bem me acolheu e que por toda sua exuberância, só pode ter sido abençoada por mãos divinas. Os recantos lembrados são de encher os olhos; de nos deixarem sem fôlego.

A beleza do Rio de Janeiro é incontestável, sua orla, suas praias, sua floresta, seus montes, suas ilhas, as lagoas; para não falar do astral de sua gente, sempre bem humorada, prestativa e hospitaleira. Com tudo isto o Rio de Janeiro vive um paradoxo para aqueles que a querem visitar e nesse paradoxal, submergem em dúvidas e se perguntam: é esta uma cidade de Deus ou do diabo?

Para nós que aqui vivemos e podemos mensurar essa força entre o bem e o mal; optamos por desfrutar dessa esplendorosa e rara beleza, que entre muitas cidades do mundo é a única que pode apresentar-se como ”Cidade Maravilhosa”; envaidecem-nos e ao mesmo tempo ficamos pesarosos pelo malfadado titulo de “violenta”; que se acerca desta bela cidade sem fronteiras, este verdadeiro patrimônio universal.

O Rio de Janeiro sempre foi e sempre será o portal de entrada do mundo, para o nosso país. Por este fato, quaisquer acontecimentos que venha ocorrer nesta cidade, que por ser uma grande Metrópole, ocorrem na verdade e essas ocorrências perante os olhos do mundo, assumem proporções extraordinárias. Eventos ocorridos em outras cidades brasileiras, de dimensões superiores aos ocorridos na Cidade do Rio, não tomam as dimensões devidas para o mundo.

É que a “Cidade Maravilhosa” sempre foi e continuará sendo a vitrine que expõe a imagem do nosso país diante de todos os recantos da terra.

Cabe a nós brasileiros, zelar pela imagem do nosso Rio, cabe a todos os cariocas, natos ou não, cuidar para que não se adicionem mais problemas aos que, nossa cidade já tem, cabe-nos também, primar pela limpeza de suas ruas, avenidas, orlas, praias, praças, jardins e bosques, porque o Rio é o cartão de visita do nosso imenso país.

Ainda remoendo meus pensamentos, direcionei meu olhar ao infinito por sobre o mar e pude perceber que, estarrecido ainda fico, com o brilho deste céu azul, da claridade embaçada por sobre os montes, do verde escuro de sua mata bem encravada em seu meio, por sob as encostas e elevações de seus morros; a nevoa que por vezes circunda o Cristo e os raios brilhosos desse sol que se esconde e por tudo isto, este belíssimo relicário da natureza nos faz devanear entre a realidade e o sonho de quem paradoxalmente se interroga: é esta uma cidade de Deus ou do diabo? Para nós é e será sempre uma cidade abençoada por Deus...

Rio de Janeiro 04 de setembro de 2008.

Feitosa dos Santos