A "SAIDEIRA"

A SAIDEIRA

Antigamente não,

Somente os que freqüentavam bares conheciam a expressão “saideira”.

Hoje...

Bem hoje observamos muitas mudanças. Mocinhas também freqüentam bares, conhecem a expressão “saideira”, não namoram, mas “ficam”, ultrapassam a fase de jovens entrando direto na fase de moça-mulher.

A expressão “liberdade” assumiu novas diretrizes. É uma liberdade mais ampla, notadamente nos costumes.

A mulher saiu do lar para os escritórios, para a política, enfim para onde houver um jeitinho de penetrarem lá estarão. Os lares... bem, igualmente neles foram inseridos novos valores, outros costumes, outras metas.

Aquela mãe que cozinhava no fogão á lenha, passava roupa com ferro de brasa, lavava no tanque as roupas caseiras, levantava cedo e dormia após o sono dos filhos e ainda, de quando em quando, arranjavam um tempinho para um papinho com as amigas e vizinhas. Bem, aquela mãe é espécie já em extinção...

Outra figura em extinção, aliás, já extinta é a professora-mãe, uma extensão do Lar. Não existe mais por motivos diversos. Nenhum jovem hoje conhece o que e como era um “beliscão”, um “puxão de orelha” em sala de aula.

Ai de quem encostar a mão ou mesmo sequer um dedo num aluno será... um “Deus nos acuda”!

A autoridade de pai também se encontra em fase de questionamento. O pai-educador, o pai-severo, o pai-respeitado também é questionado, ou melhor, em fase de declínio irreversível.

A célula-mater de um povo foi atingida brutalmente, assim como, pensamos, o patriotismo, em nome da atual modalidade de liberdade sem limites, tornamo-nos um “povo frágil”, presa fácil exatamente como conseqüência de mudança de costumes que vem ocorrendo entre as gerações que vão surgindo.

A globalização... Bem, deixemos de lado e retornemos ao assunto deste texto: a “saideira”.

Antigamente, a “saideira” parece que tinha um certo limite, mas nada diferente da de hoje, pois o que nos interessa é quando e como se inicia o processo da "saideira". Tenho convicção de que a expressão “saideira” é o início de outro processo irreversível que é o alcoolismo. A “saideira" é o primeiro e mais forte sinal de que algo não esta bem! Nossos jovens já abusam do uso desta expressão que se torna tão comum entre eles. Sim, esta é a saideira! Garçom, outra para nós, a “saideira”...

Sim,

O início e com a gravidade de que se inicia esse processo, hoje em dia, mais cedo com outro agravante atingindo também as moças, as jovens que estão pulando aquela fase bonita da debutante, da passagem de menina para jovem-moça.

E fico a pensar:

- como será daqui a alguns anos? Com o crescente aumento de alcoólatras, em idade precoce, o custo para a tentativa de cura ou pelo menos a mínima atenção de áreas de saúde e sociais buscando o reingresso desses jovens a uma vida normal será incalculável.

O que será, então, de nossos jovens?

Meã-culpa, meã-culpa, fracassamos!

Karuk
Enviado por Karuk em 28/02/2006
Código do texto: T116944