Morte no Funeral.

Na vida a gente ri e a gente chora. Óbvio. E em algumas ocasiões vive-se tudo isso de uma vez. Quem nunca ouviu falar de alguém que teve uma crise de risos em um velório? Quem não viveu um momento dramático e achou motivos para rir?

Ando oscilando. Tenho motivo para rir e motivo para chorar. Ontem tive um dia emocionalmente forte, nada anormal para uma mulher intensa como eu. Chorei, senti raiva, desabafei e recebi conforto. A verdade se revelou mais feia do que nos piores momentos pude imaginar e me chocou. Algo do passado veio à tona. Tentei resolver da minha maneira. Não foi possível. Procurei ajuda e tive. Recebi chuva de presente e antes dormir assisti Morte no Funeral, comédia britânica, na qual um segredo do morto é descoberto em pleno funeral.

Fazia tempo que não ria tanto. O filme tem um humor singular. Trata de assuntos sérios e nos faz gargalhar. Depois do choro eu limpei meus cantos escuros com risos. Rir é melhror que chorar.

Dormi bem, acordei refeita. Recebi um amigo para almoçar e com ele flores lindas de um vermelho forte. Cobri-me com a energia que veio com meu melhor amigo e suas flores. Mas as emoções não haviam terminado. A tarde trouxe mais segredos que me feriram. Tomei uma das decisões mais dificeis da minha vida. Me confessei. Depois fiz preces em meio ao nervosismo. Entreguei a Deus meus atos e rezei para uma pessoa que tem mais fé do que eu e que merece todo meu respeito. A decisão foi totalmente solitária. Mais um segredo foi revelado. Hoje enterrei um cadáver de alguém que morreu para mim e que velei por muito tempo. Ainda sob o efeito do choque, espero a paz e torço para que "ele" renasça no devido lugar.

Agradeço ao plano divino e à portadora das revelações, a quem também desejo o melhor, pois percebi que ela merece, assim como eu.

Aliás, todas merecemos, cada uma aos seu modo. Quem morre para uma renasce para outra. Assim espero.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 09/09/2008
Reeditado em 28/02/2010
Código do texto: T1170104
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