A CONTADORA DE HISTÓRIAS

A maneira como cativa todos os que a ouvem é esplêndida! Adultos, que já não são mais crianças, por um momento (a duração exata de uma história) transformam-se novamente em meninas e meninos.

Tudo nela parece estar em plena harmonia: os gestos, a voz e o olhar.

O encanto daqueles que já não são mais crianças se observa no brilho de seus olhos, que acompanham atentos todos os movimentos e com um abrir de boca, demonstram o tamanho de seu deslumbramento.

Por detrás da simplicidade das suas histórias sempre há um sentido mais complexo e único para cada um que a ouve, sentido este que vai além de qualquer explicação, por mais elaborada e baseada em famosas teorias filosóficas, que esta possa parecer.

Por acaso, acreditam naquela palavrinha chamada “DOM”? Espero que sim, pois esta é a palavra perfeita para definir o que ela faz. Dom de contar histórias, dom de transformar adultos com o peso do mundo nos ombros em crianças despreocupadas e esperançosas, dom de encantar, simplesmente, encantar.

Sobre a sua história? Bem, desconheço. Sei apenas o que se passou depois do momento em que ela entrou por aquela porta, transformou a sala de aula em um lugar de sonhos e sem que ninguém esperasse nos deu uma estrela que brilha apenas para nós, nos ofereceu carinhos quentes, nos falou sobre o significado de saudade da maneira mais bela que já ouvi e se despediu dizendo: NEQEAV...

Isso mesmo! Despediu-se com NEQEAV, uma palavra que a princípio parece ser apenas uma junção despropositada de letras, mas que possui um significado primoroso, que só quem ouviu e se emocionou com a história poderia entender e talvez tentar explicar.

...

Sabe Ale, ainda não sei quais foram as suas “reflexões” a respeito do fato de me fazer querer ser uma contadora de histórias e, provavelmente, elas não tenham nada a ver com o que estou dizendo, no entanto, a única coisa que porventura possa justificar isto, penso que seja o encanto que me invadiu ao ouvir as histórias desta contadora de histórias, encanto que me fez querer, assim de repente, levar o sonho e a esperança às crianças e aos adultos por meio de simples, nem por isso menos complexas, significativas e belas, histórias...

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 10/09/2008
Reeditado em 09/01/2009
Código do texto: T1171792
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