In Consciente: que confusão!... (uma crônica poética.)

O consciente fala. O inconsciente dormente, só o silencio exala.

Aninhadas no inconsciente se aprisionam notas da irreal canção que o embala. No silencioso inconsciente a razão não fala. E tudo fica por um triz! De dó a si, em taciturno som, conclama até as vísceras e ao consciente desdiz. O que importa é amar e ser feliz!

Obstinado e tolo, o consciente radicaliza, não pode ouvir essa canção!

Abafado o inconsciente, aniquilada a emoção! No consciente é só razão! Dá dó de si seu vacilão! Racionalismo ácido, dissonante e enfadonho! Traçado em retas, contado em metas... futuro medonho! Que maldição! Cadê o sonho! E tudo fica por um triz!

O sul ou o norte, azar ou sorte, fraco ou forte. Deixa nascer ou aborte.

Racionalmente polarizado, se busca a vida, se vive a morte. No descrente consciente, glórias à convicção. O consciente rala! O inconsciente cala.

Mas atenção, muita atenção! Atenção a este fato inato! O consciente mente, o inconsciente não! É um déspota, é opressor de fato! E tudo fica por um triz!

Inconscientemente o consciente buscando o pão, contra o amor conspira! Para o consciente o inconsciente só a loucura embala e nada inspira. Entre sonhos e delírios, só desvario em profusão.

Quem? O inconsciente latente ou o eloqüente consciente na contra mão? Que confusão!

Cale-se obscuro inconsciente! Acautele-se desvairado sedutor!

Deixe que o consciente embale a vida, cure as feridas, olhe pra frente.

Você, inconsciente, inconseqüente, que se ocupe do amor.

Em 12/09/2008