Ousadia?

Vivo a vida intensamente, porém com a calma necessária para fazer dela momentos.
Tenho um segredo que nunca confessei.
Um arrependimento irreversível.
Tenho um sonho que muito provavelmente não alcançarei.
E um amor inesquecível.
Faço parte daquele grupo de pessoas que nunca desiste.
Especialmente se estou convencida do sonho.
Decidi em algum momento render-me à vida.
Não é possível entendê-la.
Não me preocupo mais em fazê-lo.
Desaperto o cinto.
Perdôo-me sempre pelos erros de percurso.
Mergulho nos meus sonhos e desejos.
Arrisco muito.
Desafio sempre.
Provoca-me prazer fazer o impossível tornar-se possível.
Fiz muitas coisas, deixei outras por fazer.
Não seria possível fazer tudo.
Precisei fazer escolhas.
Às vezes julguei conhecer todas as respostas.
Enganei-me.
Sobraram perguntas.
Vivo mais com o coração.
A razão quase sempre me incomoda.
Banaliza meus momentos de criação
Os meus limites, eu os coloco.
Apenas assim sinto-me livre.
Confio nos meus pressentimentos.
Sempre me dizem o que e como fazer.
Construo cenários.
Antecipo-me algumas vezes.
Isso me provoca dor
Mas não aprendo.
Faço da distância um intervalo para refletir.
Da verdade, meta.
Do respeito a mim mesma, condição de sobrevivência.
Da vida, momentos.
 
 (imagem google)