Sob uma Onda.

Mais uma vez recorro ao mar para me expressar. O mesmo mar que me encanta, que me conforta , que me acompanha desde criança, hoje me serve de abrigo.

Durante a semana contemplei outra praia. Vi o sol nascendo e a lua dourando as águas da praia de Boa Viagem. Hoje fiz o percurso que adoro em minhas praias. Da Redinha a Ponta Negra vi muito mar e o meu olhar vagou entre o verde e os "trailers" enviados do mais profundo poço de mim.

Na verdade esse mar que eu pensava conhecer bem ainda me surpreende. Tentei viajar em ondas que não podia dominar. Pura pretensão. Ninguém conhece tanto assim as vontades do mar. E eu, então, que nem sei navegar.

Bem, aprendi que há ondas que não consigo surfar. São aquelas que pegam os incautos, viram de perna para o ar e jogam na praia. Pelo pouco que sei da convivência de anos, quando essas ondas chegam é hora de mergulhar.

Encontro-me sob uma onda grande. Daqui a pouco é hora de voltar à tona. Saberei o momento certo para subir, como tantas vezes fiz, deixando meu corpo ir em harmonia com os movimentos do mar.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 19/09/2008
Reeditado em 20/09/2008
Código do texto: T1186688
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