Gênese de mim

18 de novembro de 1961, a Dona Neusa Borges Pereira Machado, dava a luz um gurizote de 3,6 quilos, foi suado diz ela, mas valeu a pena. Dentro do prazo estimado, nasce o primeiro filhote do casal. Osni Machado é pai pela primeira vez. Ficou-se feliz? Não pude ver estava com os olhos cheios de líquidos provenientes da placenta que estourei. Contudo, nasci. Robusto por assim dizer!

Pois bem! Enquanto minha mãe se contorcia para me expulsar do seu ventre, a parteira me puxava pela cabeça. Dizem que na rua em frente a casa, uma carroça, puxada por uma junta de bois, faziam as rodas, o eixo cantar.

Minha mãe: teve mais oito parição, com intervalo de um ano e maio, aproximadamente. Uma escadinha! Diziam. Todos de parto naturalmente normal. O que não é habitual em dias atuais.

Todas as mulheres, que tiveram o privilégio de ser mãe, sofreram a dor da geração humana. Hoje em dia, elas tem o direito de sofrer menos. A ciência implantou o parto cesário. Sofrer para que?

E hoje, aqui estou eu, digitando numa máquina poderosa. Um computador e como ele, segue-se inúmeras tecnologias. Quanta evolução, em tão pouco tempo e eu pude testemunhar tudo isso de camarote. Os anos passavam. O planeta quase explodido. E na lua caminharam. Os carros, navios e aviões dominaram as distâncias. E Darwin viveu tão, surpreendente, próximo dessa era. Ele merecia estar aqui.

Já se aproximam as velinhas encimadas ao 47º bolo de aniversário. Mais um verão, sim, pois conto os anos, em todos os verões. Novembro lembra?

Minha mãe vive hoje, orgulhosa dos filhos que tem.

Nada muda o passado. O presente, talvez, pra fazer diferente um futuro pra mim. Obrigado! Minha mãe querida.

Orlando José Machado
Enviado por Orlando José Machado em 21/09/2008
Reeditado em 01/10/2008
Código do texto: T1188722