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SE OU COMO?:

 
Quando as coisas não estão muito bem para nós ou dão erradas, somos obrigados a encarar a nossa vulnerabilidade cara a cara, olhos nos olhos. Mesmo quando fizemos tudo da melhor forma que sabíamos. E isso, realmente, não é nada confortável. Ficamos tão perturbados ao ponto de buscarmos justificativas para os nossos erros no tão famoso “SE”.
 
Ninguém foge à regra. Qualquer ser humano na face da terra, em algum momento da vida, atravessou o umbral do SE e sabe o quanto é dolorosa essa travessia.
 
O SE sempre me apoquentou e continua a me azucrinar. Não nos damos nada bem. Nossos gênios não combinam. Nossa relação de amizade é bastante tumultuada. Somente conseguimos nos entender quando ele cede nas suas positividades. Fora isso, somos cão e gato. Não comemos no mesmo prato. Nem preciso dizer que nossa relação é uma relação de conflito, mas apesar dos atritos nos respeitamos mutuamente.
 
O SE adora uma provocação. É implicante. Dá risadas sarcásticas quando renunciamos à euforia e faz questão de nos impregnar com o perfume do desespero. Às vezes, erra na mão, borrifando apenas suavemente. Em outras, é mesmo cruel.
 
Já algum tempo, me conscientizei da inexistência de um selo de garantia “existencial”. Podemos até inventar alguns, conhecermos sinais e caminhos mais “seguros”. Entretanto, no livro da vida,   é impossível sabermos o final. Por isso, o SE tem essa força.
 
Ele está sempre no ringue, prontinho para lutar. Nós nos esquecemos disso e, só acordamos quando ele nos dá o primeiro soco.
 
Sou teimosa, já perceberam né? Há muito tempo, não sofro mais com as suas investidas, não fico magoada e nem perco energia em tentativas inúteis  de me relacionar bem com ele. Topo as provocações e tenho um amigo, companheiro,  guardado na manga. Ele o conhece bem e o detesta. Ele o incomoda profundamente. Ele é tão forte quanto ele e quando resolve entrar no ringue sempre leva a medalha de campeão. Acho até que rola um ciúme, uma ponta de inveja, porque o SE é invejoso.  
 
O amigo chama-se  “COMO”.  Isso mesmo, COMO. 
 
Quando o SE invade o campo gritando: “SE você tivesse (ou não tivesse) feito desse jeito”; “SE você prestasse mais atenção”; “SE você tivesse (ou não tivesse) outra chance; “SE você tivesse dinheiro”; “SE você tivesse um namorado” e SE isso, SE aquilo, SE aquilo outro?. O COMO se dói por mim e se coloca frente a frente com o SE.
 
Meu amigo COMO é parceiro e nunca me abandona. Nós dois somos uma equipe.Uma equipe no seu sentido verdadeiro de companheirismo.  Nos damos muito bem. Ele é um otimista como eu, é respeitador, está sempre do meu lado incentivando os meus pensamentos para solucionar alguma coisa.
 
O COMO é praticamente um treinador. Quando as coisas não vão bem ou dão erradas. ele está ali do meu lado para me dizer: esquece o SE, não dê bola para ele, pergunte-se: COMO você pode mudar isso; COMO você pode fazer diferente; COMO você pode prestar mais atenção;   COMO buscar uma outra chance; COMO você pode melhorar a sua vida financeira. COMO você pode ter alguém do seu lado; COMO isso, COMO aquilo, COMO aquilo outro.
 
O COMO é um pouco psicólogo e orientador emocional. Ele é bastante culto e  faz com que  analisemos os motivos dos nossos atos fracassados, dos porquês dos nossos desesperos e nos leva à reflexão do COMO fizemos algo  que deu ou não deu certo.
 
O COMO trabalha com a positividade. Ele fomenta as nossas forças e nos contagia de energia para cumprirmos as tarefas propostas.
 
O COMO só é um  alérgico. Por isso, ele só topa ficar do nosso lado com as janelas e portas abertas. Ele precisa da circulação do ar e da luz do nosso sol interior. Gosta de aconchego, fala baixinho, faz carinho e quando tudo se resolve vibra intensamente. Ele é o  chefe da  nossa torcida organizada interior.
 
Se você está aí meio cabisbaixo; desanimado, desiludido, triste, insatisfeito com os rumos de sua vida, faça a sua escolha.
 
SE OU COMO?