BODAS DE ESMERALDA

É indescritível a emoção e a imensa alegria que sentimos ontem, durante a missa na igreja São Pedro da Praia do Suá.

José e eu fomos à igreja mais cedo, como sempre, e as primeiras pessoas que encontramos foram nosso filho, José Felipe, e sua noiva, Yara.

-Que bom ver vocês! Vejam! Maria Júlia e Maria Eduarda também vieram!

-Sua bênção, mamãe; bênção papai. Hoje quisemos participar da missa em outra igreja.

-Meu Deus! Você veio, Alex?!

-Minha sogrinha, estou indo à missa há cinco semanas. A senhora não sabia?

-Não! Isso é uma bênção de Deus, meu filho!

Nos bancos ao lado, um casal estava comemorando suas bodas de ouro e sendo fotografados.

Nisso, chegou nossa filha número dois, Gisele, com Adriano, Isadora e Melina.

-Gente! Vocês estão querendo que eu enfarte hoje?

-Por que, minha sogra querida? Não podemos vir à missa?

-Podem... Podem e devem... Venham todos os sábados, por favor.

Gisele, amiga da fotógrafa, pediu-lhe que tirasse fotos da nossa família, já que estávamos todos reunidos.

Quando nos posicionando diante do altar, chegaram meus irmãos Paulo e Lena, com seus cônjuges: Teresa e Chico.

-Olhem! Meus irmãos também vieram! Que coincidência ma-re-vi-lho-sa! Venham tirar retrato conosco!

Para completar nosso contentamento, entraram na procissão de entrada nossos três filhos, para proclamarem as leituras sagradas.

-Juca! Não acredito! São os “meninos”! Nossos “meninos” que vão ler!

Na homilia, o padre que viera a convite da família para celebrar suas bodas de ouro, desceu do púlpito e se dirigiu a eles.

Penha, a animadora, disse-lhe ao ouvido que nós estávamos fazendo bodas de esmeralda e, depois, o sacerdote veio falar conosco.

Nossas netinhas, entusiasmadas, não paravam quietas.

O padre, muito carismático, veio até ao banco abençoar as alianças do casal, amigos de longa data, e pediu a um menino que segurasse uma caixinha de veludo azul. Então, retirou as jóias e as entregou aos nubentes, pedindo que cada um, ao colocar a aliança, repetisse as palavras bonitas que ele ditava ao ouvido.

No banco de cá, tiramos nossas alianças velhas e as colocamos na mão da Melina, nossa neta caçulinha.

Nesse ínterim, Penha veio apressada com uma caixinha de veludo vermelha, contendo um par de alianças lindas e reluzentes. Pensei que ia enfartar naquele momento.

O sacerdote fez a mesma cerimônia e, no final, não agüentei. Levantei os braços e vibrei, como se tivesse recebido uma medalha de ouro nos jogos de Pequim.

Se na bastasse tanta emoção, Eliane tocou uma bela música e todos olharam para trás.

Nossas netas, Maria Eduarda, Isadora e Melina entraram compenetradas, trazendo um lindo cartão da Equipe do Dízimo, da qual fazemos parte, e dois buquês de mini-rosas vermelhas.

José chorou e eu sorri muito, muito, muito...

Antes da bênção final, Penha leu uma mensagem carinhosa em seu nome e em nome dos nossos colegas da Pastoral do Dízimo.

Na hora dos abraços, ofertei um ramalhete à outra noiva, que ficou agradecida.

Chegando em casa, pedi à Isadora, que dormiu conosco, que escrevesse uma palavrinha bonita, no quadro de avisos, para o vovô Juca e para mim.

A menina, com a dificuldade dos seis aninhos, deixou gravado em letra cursiva:

-"deus" eu te "agradeso" por este dia maravilhoso.

Vitória, 07-09-08

PS. José e eu nos casamos no dia 14 de setembro de 1968.