Resolvi compartilhar um pouco das minhas andanças pela Itália, colocando em palavras  um pouco do que vivemos por lá.

É lógico que não vou falar das coisas óbvias, que todos os que visitantes  já sabem e conhecem. 

Vou trazer sempre um pouco do meu toque , o meu enfoque sobre uma situação, em geral  bem humorada... 

É uma forma de  lembrar e até homenagear os  italianos e envolvidos... 

Essa é a primeira parte dessa série...

                          000o000o000o000o000

Q
uando nosso filho, Gordo, foi pra Itália, ainda um "gurizinho" de 21 anos, foi morar em Nerola, uma linda e pequena cidadezinha, perto de Roma, seguidamente íamos para lá.

Essa cidade foi onde nasceu o Franco e por isso, a escolhida.

Nerola é uma cidadezinha da região do Lázio, Província de Roma , com pouquíssimos habitantes, cerca de 1.419

Bem, ali, além da parentada toda, que é normal...(o que é nosso é sempre normal!!!)  ainda há aquelas mulheres antigas que se vestem todas de preto. 

Nada contra o preto, pois gosto muito, porém, lá é da cabeça aos pés, andam com um tipo de avental por cima das roupas boas e assim vão pelas ruas, fazer suas compras no mercado. 

Na cabeça, usam panos pretos amarrados.

Ninguém imagina que está numa cidade  tão perto de Roma, com tanta diversidade de costumes...

Bem tudo isso pra dizer que como eu gostava muito e fazer caminhadas, andava sempre ao estilo Chica: calças próprias para caminhadas, tênis e roupas leves, pois caminhando, embora fizesse frio, o calor chegava... 

Isso causava um escândalo, pois lá as mulheres não usavam esse tipo de roupa, muito menos, tênis...  

Além do mais, os casacos eram colocados no início do outono e atravessavam o inverno inteirinho, mesmo que de repente, a temperatura estivesse  alta, parecendo verão...

Elas seguem rigorosamente o traje, de acordo com a estação! Dane-se o resto!
Assim, causava espanto e diziam que eu estava sempre pelada!

Ao passar na rua era sempre saudada, pois sempre cumprimentei a todos por onde passo.

Perguntando se está tudo bem, vinha de volta um : 
- Si tira avaaaaanti!( Vai se levaaaaaando).
 
Isso é clássico por lá! 

Porém, para que se pudesse fazer essas caminhadas, éramos obrigados a andar pelas matas e ruas bem escondidos, pois se passássemos pelas ruas da cidadezinha, a cada porta ou melhor, a cada janela onde  sempre havia alguém que ou era parente ou se lembrava do Franco quando pequeno,  esse nos chamava e convidava para um café: 

- Francuccio, vieni a prendere un caffé?

Porém, esse café, não era apenas "um café": tinha todo o acompanhamento, independentemente do horário que por lá aparecíamos... 

Tinha certemente um "ciambellone", (nome lá usado pra tudo que se parece com bôlo ou  feito no forno), ou uma "crostata", uma tortinha de frutas e um licor ou vinho. Mesmo que fosse quase hora do almoço!

Assim, se não nos embrenhássemos pelas matas pra caminhar, voltaríamos de lá sem necessidade do avião: chegaríamos aqui no Brasil rolando!


Essa  é a nossa casinha de final de semana!!!Rsrsrs....
É o Castelo Orsini, lindo por dentro e fora, bem ao alto de Nerola.




Uma vista da cidade ,onde, ainda temos os parentes, que apesar da idade, trabalham com o famoso óleo de oliva daquela região. Plantam as oliveiras lindas e as parreiras para o vinho. 

Essa é uma tradição que está quase acabando , pois os jovens partiram dali para outros vôos e tudo ficará por lá apenas nas  ótimas  e saudosas recordações do Franco  daqueles tempos que viveu com a mãe e os seus avós e as nossas que fomos até lá conhecer cada um dos parentes e passeamos por cada pedacinho de pedra das suas ruas...(Chica)
Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 25/09/2008
Código do texto: T1196608
Classificação de conteúdo: seguro