A professorinha que tinha um sonho

Ela chega de mansinho, como quem não quer nada, com uma mala cheia de sonhos, fantasias e muitas novidades. Parece que na sala de aula tudo está igual, mas ela traz consigo uma grande carga de energia e com um único propósito, o de fazer com que seus alunos se interessem pelas atividades que ela irá lhes propor, ou seja, a leitura e a escrita.

— Vamos lá, hoje vamos fazer algo diferente — disse a professora à turma. Eles já um tanto preocupados com o que ela pretendia fazer, já ficaram alertas. Ela então abriu sua “mala” e retirou vários jornais e os colocou em cima da mesa, chamando-os para que buscassem o material e começassem a ler — ela confessou estar apreensiva, pois não sabia se gostariam da atividade.

— Daí, disse-lhes ela, estão gostando da leitura, já encontraram alguma coisa que chamasse a atenção, alguma novidade ou curiosidade? Foi então uma surpresa para ela, alguns alunos lhe disseram que não gostavam de ler, não tinham o hábito de fazê-lo e mais do que depressa ela lhes falou da importância que esse ato teria para a formação de cada um deles.

Ela foi conversando, mostrando algumas manchetes interessantes, foi lendo alguns artigos que pudessem interessar a eles e quando viu, já percebia que alguns estavam lendo ou apenas olhando as figuras. A tarefa que a professora teria pela frente, não seria nada fácil, mas ela sabia que precisava mudar aquela situação, pois tinha consciência do quanto eles precisavam de informações para buscar o conhecimento tão necessário para os seus estudos.

O tempo foi passando e lá vem ela, a professorinha, com sua mala cheia de sonhos, sonhos que pareciam inatingíveis, mas hoje ela já podia perceber que estava ganhando forma, que seus alunos já esperavam pelos jornais, pelas notícias, como se já não pudessem ficar sem aquela atividade. Ela sabia que ainda não havia conquistado o seu objetivo, pois o grande sonho dela seria estimular seus alunos a tornarem-se leitores e conseguindo esse intento, o próximo passo seria levá-los a interessar-se pela escrita, criar e produzir seus próprios textos.

Será que ela estaria sendo utópica ou realmente poderia acreditar que o objetivo dela seria alcançado, olha, ela era persistente e já havia conquistado a confiança da turma, não desistiria por nada. E assim, ela deu início a mais uma tarefa: a partir da leitura dos jornais, da interpretação e do entendimento adquirido durante as atividades, eles dariam início à produção de textos, artigos, comentários orais e tantas outras atividades que os fizessem refletir sobre os mais diferentes temas trabalhados em aula e vividos no seu cotidiano.

Aquilo tudo parecia um sonho para aquela professorinha, pois sabendo que inicialmente eles não tinham tido interesse algum pela leitura e escrita, hoje ela estava vivenciando uma outra realidade, ou seja, ela estava percebendo que quando se acredita no que se faz e quer, é possível alcançar os objetivos propostos. Os alunos passaram a realizar trabalhos que os faziam pensar, criticar, criar, interpretar, fazendo com que essas atividades provocassem neles uma melhor formação ética e cidadã, até então não reconhecida neles.

Tudo isso só foi conseguido a partir das atividades propostas por aquela professorinha, seria ela uma sonhadora, quem sabe, é possível que fosse, mas ela acreditou. Para ela, ao adquirirem o hábito da leitura e da escrita, seus alunos poderiam se tornar pessoas éticas e cidadãs, capazes de participarem ativamente da sociedade que estavam inseridas.

Talvez a história pudesse parecer realmente um sonho, mas para aquela professorinha, será? Ela acreditou, foi atrás de um sonho e ao conquistar seus alunos e os trazer para junto dela, fez com que se acredite; um sonho é possível tornar-se real, desde que haja oportunidade e quem acredite nela..

CLAIR 27/09/2008

Clair Edelweiss
Enviado por Clair Edelweiss em 27/09/2008
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