Sentimentos efêmeros
Não sejamos hipócritas caríssimos leitores meus, mas hoje em dia há poucos sentimentos verdadeiros neste meio em que vivemos. Um dia se ama um, dois de duas horas se desgosta e se ama outro. A que ponto chega à proeza do ser humano a gostar e amar realmente o outro? Simplesmente eu me pergunto e não encontro resposta.
Quando nos apaixonamos por alguém, nosso mundo inteiro se coloriu. Deixamos de serem meninas responsáveis e passamos a ser levianas pela vida em que fomos fadadas a passar. Em outro dia não gostamos mais do outro e tudo se esvai. Mais que raios de sentimento são esse? É de alguém que realmente ama outro alguém ou quis usar alguém para seduzir outro alguém? Sinceramente não sei.
Do mesmo jeito que gostamos de alguém, deixamos de gostar. Alguém pega e aparece em seu MSN lhe prometendo mundos e fundos, no outro dia tudo se passa e a vida continua. O coração ainda palpita, os olhos retomam o brilho natural, nada mais que isso, apenas o sentimento novo que nos denota, passa como uma leve brisa a nos encantar em uma ensolarada tarde de verão.
Há quem acredite que estou apaixonada. Há quem acredite que ainda sofra por um ex-amor. Há quem acredite que sou um falsário. Há quem acredite que não cresci. Há quem me admire. Há quem não me suporte e profira comentários sem cabimento no meu recanto. Há tantas pessoas.
Essas pessoas nunca saberão o que se passa, ou o que deixou de se passar, porque meus sentimentos são efêmeros, e por serem assim, não duram mais que um dia. Depois de uma conturbada noite de sono, um dia regado a vão filosofia de leis e códigos penais, uma tarde sufocante de estresses. A noite me brinda com um beijo e convidando a voltar a ser gente e cuidar de um pequeno e notório fã clube.
Sentir algo por alguém é algo efêmero. Um dia você o ama, no outro você vai receber uma mensagem no celular as 02:45h da madrugada dizendo que o que sentiam para você nunca foi amor de verdade, apenas carinho. Daí depois de um mês você acorda e vê: BENDITO SEJAM OS SENTIMENTOS EFÊMEROS.
O lance é não se apegar, porque como somos seres humanos dependentes dos outros, facilmente cairemos na mesma armadilha do sofrimento e então, mais lástimas.
Isso não é uma crônica, nem um ensaio, muito menos um desabafo. São apenas palavras que eu queria expressar, mas que não há categoria que as mereça então resolvi deixar como crônica mesmo para alguém que queria ler um dia entenda o que se passa em mim.
“O eufemismo é coisa de fresco.”
Viva a frescura dos poetas.