A CRISE AMERICANA CHEGOU LÁ EM CASA.
ANA MARIA RIBAS BERNARDELLI.

Tenho em casa um companheiro que não se dispõe a ter intimidade demais com Deus. Tenho em casa um marido que acredita em Deus, e que lhe é profundamente reverente, mas essa reverência é um pouco frágil. Não aguenta tranco. Essa reverência precisa ser guardada num cofre forte porque se fizer um passeio pelas alamedas das dores, dos sofrimentos e das tragédias, a reverência - essa -se transforma em mudez. E aí, temos um reverente mudo. Que não se indigna, mas fica a beira de. Que não questiona, mas não admite a abertura de um diálogo. Que não entende, que sabe que foi programado para não entender, mas ainda assim,  recusa-se a aceitar tamanha ingerência planetária, sem o seu entendimento.
 
Esse homem tem, em casa, uma companheira que se dispõe a ter intimidade com Deus. Que necessita dessa intimidade para continuar a viver. Que acredita em Deus, e além de acreditar, e de lhe ser reverente, precisa encontrar um sentido divino em qualquer situação humana, precisa ver Deus na manchete dos jornais, nos jornalistas, e nos jornaleiros.
 
Essa mulher – essa que vos escreve-  gosta de observar os feitos de Deus: nem sempre consegue, mas sempre tenta. E, quando por uma fresta,  enxerga Deus passar - depois do fogo, depois do terremoto, depois da tempestade -,  sai anunciando: Eu vi Deus aqui, eu vi Deus ali, eu vi Deus acolá.
 
E anuncia para quem? Primeiramente, para esse que dorme com ela na mesma cama, para esse  que compartilha com ela o mesmo teto.  Esse que não compartilha com ela o mesmo sentimento sobre Deus.
 
Temos aí um princípio de crise instalada que já perdura há muitos anos e que não evolui. Nenhum dos lados fica convencido da importância de se pertencer ao lado do outro. Reconheço nesse outro, muita sabedoria para a vida: ele me ensina como fazer amigos e conquistar pessoas (e não é o autor do livro); ele me ensina a viver sem derramar todas as lágrimas- sempre reservando um pouco para as futuras dores; ele me ensina a ser suave nessa terra de suavidades apenas aparentes. Ele tem o sangue bom, vermelho e quente. De nós dois, ele é o elemento água.
 
 Mas eu sou fogo e quero ensiná-lo a ver efeitos especiais nas filmagens de cada dia: seja no Brasil, na Europa, na África, ou em EUA.  Quero ensiná-lo a ouvir as mensagens que Deus tem deixado nos quatro cantos da terra. Mensagens apaixonadas, mensagens desesperadas, mensagens de um amor que arde tanto que, às vezes, queima, machuca e dói. Ardeduras, machucaduras e queimaduras necessárias.
 
Ontem a noite, por exemplo. Ontem a noite foi assim: mesmo sabendo que esse que estava jantando, à minha frente, prefere o arroz com feijão existencial, resolvi oferecer a ele uma mínima porção da minha degustação celestial.  
 
 Idéias são comidas dessa maneira: um fala e o outro ouve.  Eu falava que os Estados unidos da América estão começando a experimentar o crivo de Deus. Que toda a economia mundial será afetada como consequência do julgamento de Deus sobre a nação americana. Uma nação que se diz democrática mas age como os impérios assírios e babilônicos agiam com os seus diferentes. Com a mesma crueldade. Com a mesma arrogância. Com a mesma  presunção. Da maneira como os impérios bíblicos do mal agiam contra Israel, nas Escrituras, o império americano age, nesta era,  com os parentes distantes de Israel. 

E Israel aplaude. Por aplaudir, vai sobrar para Israel também. Vai sobrar para o mundo todo que está alheio ao mover de Deus. O mundo todo que está atento ao painel luminoso das bolsas de valores, mas está completamente indiferente ao sinal luminoso dos céus.
 
Fico muito confortada quando vejo Deus agir. A mínima ação me é melhor do que um Deus impassível. Portanto, encontro-me extremamente entusiasmada  com a descoberta. Porque essa descoberta,  é a abertura de um cenário. Na procura por um homem que resolva os problemas do mundo, virá finalmente o Anticristo. Eu estou esperando ansiosamente a vinda do Anticristo. Porque antes que ele possa me tocar, serei arrebatada pelo meu Cristo. Mas tudo a seu tempo. E o tempo é esse que começou com a queda das Torres Gêmeas – um símbolo da derrocada financeira que viria, que veio e que ainda virá- e que não sei quando, terminará. Poderá durar 20, 30,  50, 100 anos, mas o que é isso para aqueles que estão esperando o Senhor Jesus voltar há 2.000 anos? 
 
Vejo claramente o juízo de Deus sobre a América imperialista, sobre a América que, a pretexto de ser uma nação justa, faz ingerências injustas em terras que não lhe pertencem, em povos que não lhe são. 

O colonialismo americano. O colonialismo americano começou no campo das palavras.  Do vocabulário que foi inflingido ao mundo. Eu não me importo de ter passado fome na terra do tio Sam,  por não saber como chamar um garfo pelo nome. Mas eu me importo quando tenho que dizer "slow motion" aqui na minha terra. E digo  porque- se vocês que são a  a maioria- aceitam as palavras que eles nos impõem, eu que sou a minoria, tenho que concordar que a idéia de câmera lenta deve ser traduzida por "slow motion".
 
Mas o colonialismo americano não ficou apenas no campo das palavras.  Evoluiu para o campo  das idéias, e do campo das idéias evoluiu para o campo da força. De colonialismo, fez-se imperialismo. 

 A América imperialista, tendo à frente um presidente cristão, deve ter perdido todos os exemplares das Escrituras. E no rastro dessa perda, escolheu ser Senaqueribe, rei da Assíria;  escolheu ser Nabucodonosor, rei da Babilônia; escolheu ser Assuero, imperador desde a Índia até a Etiópia; escolheu ser César, imperador de Roma.
 
Todos os imperios do mal tinham motivos, além do mal, para invadir Israel. Mas não sabiam. E o motivo – eis aí um mistério – o motivo  era exatamente tratar com o povo de Deus que se havia prostituido com outros deuses e com culturas pagãs. Essa prostituição cultual imediatamente se traduzia num estilo de vida voltado para o mal: o mal dominava as ações dos pais, dos filhos, das famílias, das tribos, dos reis. Israel competia em maldade com os povos à sua volta.
 
Deus então precisava agir. Deus é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus que tendo uma aliança eterna com os três patriarcas, tem sido, por essa aliança, obrigado  a ser, para sempre,  o Deus de Israel. Deus não volta atrás em suas alianças. Deus é imutável. " Se somos infiéis, ele permenece fiel."
 
 Dessa maneira, as Escrituras narram que Deus usava as nações inimigas para corrigir o povo, trazendo-os de volta à verdadeira adoração, aos princípios de justiça,  mas as nações inimigas não tinham a menor idéia de que estavam sendo instrumentos de Deus. Quando o povo de Deus, finalmente reconhecia os seus pecados e consagrava a sua vida, Deus então, julgava as nações inimigas. E o julgamento de Deus sobre essas nações, era diretamente proporcional ao rigor, ou à misericórdia, com que elas haviam exercido a dominação, sobre o seu povo, em cativeiro.
 
Ou seja: EUA pode sim, ter sido a vara de Deus sobre o Oriente Médio, mas o rigor com que EUA usou essa vara, determinará o rigor com que Deus tratará agora o povo americano. 
 
Esse foi o tema da noite de ontem. Que provocou tanta polêmica aqui, e talvez provoque muita polêmica  aí. Mas digo para vocês o que eu disse ontem,  para o Ivo:
 
-Deus é soberano e Ele reina sobre toda a terra. Ele abate a quem precisa ser abatido,  e exalta a quem merece ser exaltado.  Ele levanta reinos e destrói reinos. Ele planeja e executa coisas grandiosas, baseado em apenas três de seus inúmeros atributos: soberania, justiça e  santidade. 

Como não temos em nós mesmos nem justiça, nem soberania e nem santidade, quando Deus assistir impassível ao juízo que virá, como colheita,  sobre a nação americana, vamos dizer apenas: “Psiu, Papai tá quieto, mas tá vendo tudo!"