...atrofia cerebral!

Não sei se é devido à idade, pois tenho longos idos anos, mas tenho pensado muito, ultimamente, em algumas diferenças fundamentais entre a minha geração e a atual. O homem sempre teve uma educação machista, diria até cafajeste em relação à mulher. Parece que a coisa tem mudado bastante. Será que o homem de hoje está se tornando mais delicado?

De manhã, hoje, estava assistindo a uma reportagem de TV, sobre a prisão de um dono e professor de academia, que vendia anabolizantes para seus alunos, para que os mesmos pudessem desenvolver seus bíceps, tríceps, pectoralis major, etc. Daí que eu comecei a pensar mais sobre o assunto.

Parece uma constante nos machos, de todas as espécies animais, querer chamar a atenção das fêmeas. Uns cantam, outros dançam, outros se vestem em trajes bonitos e elegantes, outros se desvestem. Cada espécie tem seu modo. Se estudarmos um determinado animal, o ritual muda muito pouco de tempos para tempos. Cabe à espécie humana, portanto ao homem, as mudanças mais radicais e a inconstância de rituais de acasalamento e para a conquista da fêmea.

Uma característica muito presente na minha juventude, e não faz tanto tempo assim, era o capricho no visual. A gente nunca saia de casa sem se arrumar bem, vestir uma boa calça, uma camisa bonita, tinha que combinar. Um sapato bem engraxado completava o traje. Cabelos bem penteados, nem que fosse preciso usar brilhantina! Havia preocupação em se parecer inteligente! Completava os preparativos para o ritual de conquista alguma disposição para aprender a tocar um violão, cantar algumas modinhas. Depois, se fosse preciso, até comia alguns ovinhos de codorna, pois diziam que era bom, para completar o efeito do amendoim. Muita besteira, claro. O que eu estou tentando dizer é que a gente se preocupava muito com a aparência também, mas se houvesse algum risco de ocasionar algum dano na espada, nada feito. Ninguém colocaria em risco isso. De que adiantaria a conquista da fêmea, se na hora do acasalamento o macho falhasse ou deixasse a desejar?

A gente queria muito a conquista, mas também queria a fidelidade máxima possível do objeto da conquista. Músculos nem eram tão importantes assim. O único músculo que ninguém descuidaria jamais seria o peniano. O cérebro contava também um pouco mais que hoje.

Aí é que entram as novidades, de hoje, que me intrigaram quando ouvia a reportagem de manhã. Os médicos vivem alertando que os anabolizantes trazem dano à saúde, que podem trazer conseqüências graves ao sistema cardíaco, respiratório e reprodutivo. Vejam bem, hoje ouvi um médico dizer que o anabolizante desenvolve os músculos que os usuários querem, como bíceps, tríceps, peitoral, mas com certeza um efeito adverso é a atrofia peniana! Vicchhh!!! Isso não incomoda ninguém que faz uso disto?

De que adiantaria ter grandes músculos peitorais? Aliás, do jeito que está diria que os homens estão desenvolvendo seios. Só não dá para saber para que finalidade. Os machos mais jovens, que estão praticando isso, estão ficando realmente muito musculosos, verdadeiros armários ambulantes. Com certeza, na hora de carregar a fêmea no colo fará muita diferença! Poderíamos falar sobre as roupas também, quanto mais desleixadas melhor, no ponto de vista do conquistador.

Talvez até esteja certo tudo isso, mas, se o objetivo for a conquista será que o macho homem não está se preocupando demais com os músculos errados? Para carregar peso os músculos até servem, mas se tiver o cérebro desenvolvido, jamais precisará carregar peso exagerado. Digamos que tudo isso funcione, que os músculos deixem, de fato, as fêmeas assanhadas e facilite a conquista, o que fazer, na hora do vamos ver, se o músculo menor não funcionar!

Claro, que não estou aqui fazendo pregação falsa de que só tamanho é documento, mas funcionalidade, com certeza, é! E isso me parece clarear mais uma dúvida: se ninguém pensa nisso, ou dá pouca importância aos efeitos colaterais, podemos até entender que a atrofia está atingindo também outros órgãos,... pelo menos o cérebro!

João Carlos da Silva
Enviado por João Carlos da Silva em 03/10/2008
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T1210320
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