PRISIONEIRO DAS PALAVRAS

Tornei-me prisioneiro das palavras, na torre alta da vontade de expressar a alma pela boca, palavra dita é algema, que acorrenta o infinito pensamento em uma cela pequena, na prisão da boa intenção do aconselhamento, da critica ou do cumprimento.

Silêncio! Que doce mel é o silencio. Diante do amargo aconselhar. Afinal, se conselho fosse bom, seria dom, e não apenas vontade de dizer ao outro, como caminhar. Imaturidade, pois conselho bom é boca calada e conselho dito é coisa triste e miúda que não representa nenhum pouco, a amor de quem preserva e cuida.

Quero- te bem e meu cuidar não pode ser expresso em palavras, que por serem limitadas, correm o risco de te machucar; por isso, rogo ao Deus dos conselhos nunca ditos, que sacie a minha boca com o cálice do silêncio. Pois desejo que de minha boca, saiam apenas palavras passarinho que faça meu ouvinte voar ou frases flores, cujas pétalas não diga nada, já que é no perfume, que se fala tudo.

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