Eu Sou Um Mundo Pobre

Eu sou um mundo pobre, confuso, perdido... Pobre!

Eu que acato as decisões equiviocadas de seres impotentes à frente de um problema tão cinza que cobre o sol e mantém o calor... Queimo-me pelas mãos tão inúteis, tão impotentes. Queimo-me de ódio e de egocentrismo; minhas águas secam e minha terra morre. Tudo é um imenso deserto onde a areia cega aqueles que deveriam nos guiar...

Eu sou um mundo pobre...

Eu que nunca contei com estabilidade, vivo agora à beira do caos... Vejo gente querendo guerra sem ter como guerrear. Vejo nações ricas caírem sobre a própria riqueza; vejo os pobres, como eu, sofrer de na fome, na doença, na miséria... Quem pode, resolve se matar em nome de mais e mais riqueza! Mas devo aceitar: eu tinha voz, eu juro que tinha! Hoje sou um calado e condenado pelo meu toscoe vil silêncio... Não se pode fazer nada, enquanto todos olharem para seu próprio mundinho separado de mim...

Eu sou um mundo pobre...

Eu que nunca vi dinheiro, agora o vejo sumindo. Gente desesperada, gente correndo para manter tudo na santa paz. Como será a paz agora?

A crise, a guerra, os armamentos e o calor.

Eu sou um mundo pobre, e estou sendo esquecido a cada novo fuso-horário e padecerei nas mãos do caos que meus filhos criaram...

Eu sou um mundo morto...

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 10/10/2008
Código do texto: T1221015
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