Era um dia daqueles danados de quente mesmo...



Uma senhora  passeava pelo Morro do Careca, deslizando  e escorregando sobre um papelão, aproveitando o dia das crianças...

Como essa brincadeira está proibida, pelos estragos que vinha causando à vegetação local, foi advertida, por um fiscal da lei...

Porém ninguém sabia com quem estava se metendo...

Era uma senhora, que tinha por volta de sessenta anos, embora aparentasse  no máximo, quarenta e cinco,tal era seu espírito bonachão e sempre sorridente.

Mas, era calma, até a página dois...

Ao ser interpelada, primeiramente com um apito daqueles de deixar surdos pedindo água, deu de ombros e fez como se nada daquilo fosse com ela...

Novo apito,prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!PRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!PRPRPRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!

Ela, continuava se "fazendo de salame  e fingia nada ouvir...

Ei, Sra., está me ouvindo? 

E ela continuava a subir e descer...

- Pare em nome da Lei.

Ao ouvir essa palavra, ela saltou e soltou:rcdxedwmk
 
A senhora considere-se presa, em nome da Lei!
 
-Presa eu,ah,ah,ah!!! Conta outra seu rcdxedwmk.
 
Foi então carregada pra dentro de um camburão.

Quero uma advogada, quero uma advogada gritava ela... Estou no meu direito! Isso não vai ficar assim! 
Chamo Sócrates, Heráclitos o diabo mas não me levem presa!!!

A essa altura, a confusão estava formada.

Nisso, estando em férias ,vinha casualmente, passando uma   gaúcha que havia sido advogada e vendo aquele rolo, parou pra ver! 

Não se envolvia mais com nenhuma causa mas ao perceber
que a prisão era por uma bobagem,( afinal desacato à autoridade, quando não há respeito com os próprios cidadãos, 
é coisa pra rir), começou a tentar convencer os guardas a soltar aquela senhora, desconhecida para ela, mas pelo seu jeito de justiceira, não podia admitir tais atitudes.

E aquela senhora gritava: antes que me levem, tenho apenas um pedido a fazer, por favor! Deixem eu buscar meu laptop em casa! Não vivo um dia sem ele!!!

Ao ouvir tal pedido, sabendo que a situação era grave mesmo e que o pedido era justo, a gaúcha começou a agir pra defender aquela pobre mulher que tinha já, pelo menos um ponto em comum: a urgência de ter um laptop funcionante......

E foi um tal de xczassq pra cá e pra lá e resultou que as duas foram conduzidas juntas para onde?
 
Para a Penitenciária Central João Caves, naquela cidade...

Após acionadas todos as prerrogativas legais, as duas foram finalmente libertadas.

E sabem o que aconteceu?

Elas que haviam ficado juntas todo o tempo por lá,  de tanto que conversaram e riram, nem ao menos seus nomes sabiam.  Não havia sobrado tempo pra isso...

A surfista de papelão, de Natal perguntou à gaúcha:

-O que tu fazes na vida?

-Nada, apenas gosto de escrever, além disso cuido da casa, dos netos, isso e aquilo, etc,etc...

-Mas que coicidência, eu também gosto de escrever,disse a surfista de papelão.

-Bem, com tua carinha de intelectual, eu nem precisaria ter perguntado!
Deves ser toda filósofa, cheia de verdades insofismáveis e coisinhas desse tipo,não? Onde escreves, indagava a gaúcha...

- No RLetras...

-Ah!Pára! Tá brincando comigo!

-Por que, não estou não!

Eu também faço meus rabiscos por lá, disse a gaúcha, que abrindo a sua bolsa, pegou o estojo dos óculos e colocou-os e então gritou alegre, pois só então enxergava...

- Ué, mas tu és a Zélia?

-Sim, como sabes?

-Adivinha agora que sou eu... Uma pista já tens: sou gaúcha...
Ah! deves ser a Maysa que andou fora bastante tempo...

- Não

-Então a Meriam, a Ivi,e assim foi dizendo todas até chegar na Chica.

- Não me digas que tu és a Chica?

Tá vendo o que dá se esconder e não mostrar a cara?disse Zélia.
Bem, a alegria daquele encontro com sabor de reencontro foi tão grande que as duas sairam abraçadas pela praia...

O que ou onde vamos aprontar agora??? perguntou Zélia.

A Chica, bem mais comportadinha sugeriu que fossem   passear pela cidade e depois apenas comemorar, ao invés de aprontar e  que queria COMEmorar mesmo!!!






Foram então ao Restaurante Camarão comer um saboroso arroz à potiguar, com caranguejada , patolas, carne de sol, coalhada, 
manteiga de garrafa.  

Como sobremesa, para arrematar, foi sugerida paçoca, o bolo de rolo, pudim de macaxeira e o doce de caju em calda ...

Assim, após essas provinhas da culinária local,  foram então, pra fazer a digestão, passear pela belezas de lá, sempre juntas e com muitos risos...

Começaram passeando pelas Dunas e fizeram um passeio de buggy, com emoção, daqueles bem ,bem, bem,emocionantes mesmo!
 



Mais tarde, Zélia  assumiu a direção e fomos até o Forte dos  Reis Magos,





Depois,  Zélia fez questão de mostrar a Coluna Capitolina, doada por Benito Mussolini, ditador da Itália à cidade.




Assim,  o dia estava já terminando e as duas cansadas despediram-se emocionadas...

Agora, Chica voltou pra Poa e para Zélia, ficou apenas essa placa sugestiva e elucidativa da distância que as separam... 

O feriado acabara mas a certeza que a distância é apenas física, pois são amigas do coração e muitas outras viagens vão fazer juntas...






                         000o000o000o000

Esse texto é minha retribuição ao lindo texto que Zélia me ofereceu hoje, que pode ser lido no
 http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1224391 e 

seu título é "Madonna Mia, che vicino difficile!!!".

Obrigadão Zélia, adorei! 
Um beijo pra ti,e quero saber se há qualquer semelhança para a dedicatória. Serei eu o Seu "cosa"???
Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 12/10/2008
Reeditado em 12/10/2008
Código do texto: T1224686
Classificação de conteúdo: seguro