Eu, comigo...

 
Sei que dois monólogos não constroem um diálogo.
Tenho vivenciado monólogos.
Dialogar é difícil.
Mesmo assim não costumo adiar decisões.
Seria a melhor forma de negá-las.
 
Amo, senão adoeço.
Tenho dificuldade com frustrações.
Quando acontece, e é quase sempre, o amor me falta.
Vivencio então uma briga interna para não adoecer da falta de amor.
Nesse instante preciso encontrar caminhos que me impulsionem ao crescimento de laços emocionais
Quase sempre descubro que aquilo que julguei importante, realmente era.
Se conseguir ser mais maleável nas minhas decisões evito choques dolorosos.
Difícil, para uma pessoa como sou.
Trombo muito com a minha realidade.
Na busca da bondade, que me foi de certa forma instigada pela educação recebida, deixo de ser.
Se atuasse na espontaneidade e assumisse meu lado mau talvez conseguisse ser boa.
Li em algum lugar que nascemos originais e morremos cópias.
Somos corrompidos na alma, pela educação sofrida na família e sociedade.
A vida é realmente uma surpresa e se não for, não houve vida.
Muitas vezes calo-me e isso me faz sentir uma idiota
Escolho assim
Não consigo acabar com as dúvidas.
Elas permanecerão.
Tento ultrapassar o limite do possível.
Fracasso, acerto.
É a única maneira que encontro de aproximar-me do impossível.
Sei das minhas dores.
Já mergulhei em poças, rios e mares.
Encontrar o fundo sempre foi uma forma de retornar à superfície.
Não espero motivos certos para agir.
Não existem.
O motivo certo é minha alma.
Ela manda em mim.
Procuro o que não encontro.
Encontro o que não procuro.