Diferença fatal

 
Um dia recebi por e-mail uma crônica, escrita por um homem.
Nela o autor mostrou exatamente como funciona a alma masculina.
Segundo o autor o homem trai
Sempre e a qualquer hora.
Homem é um ser absolutamente sexual.
Naturalmente que respondi com outra crônica.
Feminina, claro.
Dei-lhe o nome: “Homem trai, mulher também”.
Hoje o tema me voltou após um comentário feito a minha crônica.
Pensei no porque das relações amorosas quase sempre terminarem desastrosamente.
Quando permanecem, quase sempre caem no nível da “tolerância entre as partes”.
O que foi feito do amor?
Da paixão?
Então vou discorrer sobre o que penso.
A diferença principal, do meu ponto de vista, está na forma de amar.
Não adianta.
A mulher é a mesma de ontem e sempre.
Pode ser uma executiva, autônoma, independente, poderosa.
Mulher gosta de bilhetinhos de amor, flores.
Quer ser lembrada, apreciada, receber torpedinhos, cartas de amor.
Quer poema, agrado, sussurro ao pé do ouvido.
A mulher é romântica por natureza.
Sensível de berço.
Todas, sem exceção.
Não importa se culta, simples, ousada e original.
Mulher funciona no afetivo.
Aí está a diferença mortal das relações.
Homem não.
Homem acha tudo isso bobagem.
Sentimentalismo barato
Acha dramático.
Importante lembrar que no início da relação, no jogo da sedução, o homem consegue simular esse “tipo”.
Depois da presa conquistada, mostra-se.
E acaba transformando a mulher num personagem domesticado, chato.
Numa pessoa sem alma.
Fria, aparentemente insensível.
Algumas até descuidadas na sua aparência.
Então, o homem, c
olhe o fruto que plantou.
É claro que de vez em quando aparece algum homem que foge à regra.
Exceção, raríssima.
Quando aparece, nossa!
É disputado, apreciado, reverenciado.
Acho mesmo que homem não tem capacidade de receber amor.
Não entende a alma feminina.
Até certo ponto é bom.
Estaríamos irremediavelmente perdidas se assim fosse.
Seríamos definitivamente dominadas pelo amor.
Hoje o somos pelo temor, respeito e até medo, por que não?
Medo da solidão.
Pergunto-me por que algumas relações sobrevivem.
Fácil.
Algumas por que a sortuda encontrou o homem descrito acima
Aquele que entende a alma feminina.
Outras por acomodação das duas partes.
O casal acaba se tolerando.
O homem traindo, a mulher também.
Fugir à regra amedronta.
Assumir um “fracasso” é doloroso.
Se existem filhos a situação piora.
Por que a relação passa a ser culposa.
Nada a fazer senão escolher
Ficar só, não amar.
Ou assumir o fracasso das relações
Na acomodação
No desprazer
Na negação do tesão.
 
Ah!
Como sou mulher, tenho coragem de enviar essa crônica para meu parceiro.