“OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM!”

Não sei dizer ao certo quem foi que teve coragem de pegar o telefone e discar 190. Sei apenas que isso muito me agradou, afinal, já passava da meia noite e eles ainda continuavam ouvindo aquelas músicas, que considero “músicas de corno”, no mais alto som e o que é pior, cantavam junto com as músicas.

Não pensem que sou uma velha chata, pois isso não sou não, mas temos que concordar que até mesmo para festas e alegrias exageradas há um limite, o qual, inclusive, está previsto em lei.

Querem festar? Ótimo! Querem me convidar para a festa? Melhor ainda. Contudo, vocês não são os únicos habitantes desta pequena cidade, desta rua ou desta casa. Não custa nada se colocarem, por um momento, no lugar do próximo e pensar que ainda era terça-feira, que amanhã seria quarta e que muitos, até mesmo, muitos de vocês, teriam que acordar cedo no dia seguinte para enfrentar mais um dia de trabalho.

Reconheço que, infelizmente, colocar-se no lugar do outro é tarefa muito difícil para a maioria das pessoas e que muitos ainda têm a coragem de dizer: “Os incomodados que se mudem!” Quanto egoísmo, meus caros.

Se todos pensássemos desta forma (“Os incomodados que se mudem.”), não haveria mais lugar no mundo para aonde os incomodados pudessem se mudar e teríamos que mudar esta frase para: “Os incomodados que me interrompam e conquistem seu espaço!”

Já pensaram se todos nós tivéssemos que interromper aqueles que nos incomodam? Com certeza, o mundo se transformaria em um caos muito maior do que já é. Teríamos, todos os dias, pessoas brigando com aqueles que as incomodam, tentando interrompê-los com sua “incomodação” para conquistarem seu espaço.

Nossa sorte, é que há sempre um antônimo para quase todas as palavras ou idéias. Se pensamos em mal, logo lembramos que há o bem. Se pensamos em tristeza, sorrimos porque lembramos que, em algum lugar, ainda existe a alegria. Se pensamos em ódio, descobrimos, em seguida, que o amor ainda vive. Se pensamos em egoísmo, nos surpreendemos com a existência da palavra altruísmo.

E por fim, se pensamos que existem pessoas que dizem: “Os incomodados que se mudem!”, podemos ter a certeza, que também existem outras que pensam: “Não desejo para o outro, aquilo que não quero para mim”.

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 15/10/2008
Reeditado em 09/01/2009
Código do texto: T1230358
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