O novo segurança.

Comprei um tênis. Destes que protegem os pés mas machucam o bolso.

O último já não era mais amigo das meias e vivia brigando atoa; As pobrezinhas saiam todas sujas e gravemente feridas ... São senhoras de longa data afinal e nesessitam bons cuidados. Onde está o respeito? indaguei-o agora pouco. Então ordenei que este criminoso fosse embora e nunca mais voltasse.

O novo segurança das senhorinhas é forte e vistoso (só aceitou a função mediante pagamento antecipado), mas trabalha direitinho. Quando fui a procura de um novo segurança encontrei diversos tipos, mas este parecia um bom custo-beneficio.

Neste momento olho para ele com satisfação! Está na frente do quarto das senhoras, de prontidão, só aguardando a hora que elas paulatinamente saem para sua caminhadinha diária. Bom sujeito contratei! Minha mulher não gostou dele não. Achou que não era nesessário seu cargo e seu ordenado havia sido muito mal negociado mas nem perguntou do velho (...) Onde estará aquele senhor agora? Sinto um fugaz remorso. Ele, por anos, comportou-se bem. Tratava as meias com respeito e dava-lhes boa segurança. A idade fez-lhe ficar louco ... Não sabia mais de suas idéias, não era mais dono de sí. Caminhava por ruas estranhas e olhava ao redor procurando não sabia ao certo que nuvem; Diziam, as senhorinhas, que já estava caduco. Engraçado pensar naquele velho calçado... Ele se parecia comigo. Adeus companheiro! Vá por novas ruas ou para nenhuma outra e conheça novas gentes; Leve contigo meus passos mas volte um dia e me conte como é naquelas bandas. E não esqueça por onde andamos; Não esqueça que apesar de não contar nada para ninguém sei que fui eu quem te colocou perdido nesse mundo.

Douglas Oliveira
Enviado por Douglas Oliveira em 17/10/2008
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