DOLOROSO ABRAÇO DE DESPEDIDA

Depois de tanto tempo sem ver aquela tia distante, é natural que haja alegrias no encontro e tristezas na despedida.

Assim que chegou para a costumeira visitinha rápida, nos recebemos com abraços e sorrisos, contamos as novidades e após alguns breves minutos, verificado o adiantado das horas, ela decidiu que já estava na hora de pegar a estrada.

Como em todas as despedidas, foi impossível disfarçar nossa tristeza. Ela me abraçou forte, como sempre fazia, um abraço de quem se despede e não sabe se irá voltar ou, se voltar, não sabe quando.

Com seu abraço apertado meus olhos se encheram de lágrimas e minha tia, com certeza, percebeu minha dor, a dor da partida e por isso tentou me consolar. Disse-me que poderia ir visitá-la e caso algo me impedisse de ir, que não me preocupasse, pois ela voltaria assim que fosse possível e da próxima vez permaneceria por mais tempo.

Percebi que os olhos dela também se encheram de lágrimas e eu, comovida, deixei-me envolver pelo seu abraço, talvez o abraço de despedida mais doloroso de toda a minha vida...

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Por favor, amigas e amigos, não se entristeçam por esta despedida, nem sou tão ligada a esta minha tia e sei que ela voltará... Agora, preciso contar-lhes a história de um ângulo diferente, no entanto, vista por este lado, só conto para vocês e espero que não contem a ninguém...

Depois de um longo tempo sem nos vermos, naturalmente, mostrei-me feliz com a visita de minha tia, a qual, como de costume, foi rápida, o suficiente para verificar se tudo estava bem. Na hora da despedida, ela abraçou-me forte e demoradamente.

Ainda não sei ao certo qual bicho se escondia em minhas costas ou estava camuflado no braço dela, sei apenas que quando seus braços me envolveram e me apertaram, senti o ferrão de algum animalzinho venenoso infiltrando-se em minha pele, quis soltar-me daquele abraço que me apertava, me ferroava e queimava minhas costas, porém ela abraçava-me cada vez mais forte, um abraço de quem está de partida e sabe que um reencontro poderá demorar algum tempo para acontecer.

Um único pensamento corria por minha cabeça naqueles breves minutos: “Como poderia me livrar daqueles braços?” Não encontrava maneiras e quanto mais apertado tornava seu abraço, mais meus olhos se enchiam de lágrimas... Imagino que ela ficou pensando que eu não queria que partisse, pois com os olhos molhados me disse para ir visitá-la e se Deus permitisse, no final do ano voltaria para uma nova visita.

Assim, ela partiu. Deixando-me de recordação o abraço de despedida mais doloroso de toda a minha vida, do qual carrego como resquício, uma pequena marca em minhas costas...

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 20/10/2008
Reeditado em 09/01/2009
Código do texto: T1238772
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