BRIGAS, PRA QUÊ?

BRIGAS... PRA QUÊ ?

Eu não desejava, mas foi inevitável...

Ontem à noite, senti-me indelicado contigo. Não lhe imitei os gostos que são próprios da tua vida. Permaneci austero em minha conduta e calaste na decisão imposta pelo meu comando.

O quê aconteceu, então ?

Feri tua alma num estertor do desejo insatisfeito. Tragou-nos o desespero, envolvendo o amor numa umbrosidade ocasionada. Deixamos das diversões para recolher, na intimidade do nosso quarto, as mais amarguradas esperanças de um romance que parecia esfacelar-se na ira dos corações subornados.

O quê fazer, quando assim acontece ?

Existe uma frase conhecida que diz: “Só o amor constrói o que o ódio destrói.”

Ah! O amor !

É nesses desvairados momentos que provamos até que ponto nos amamos, e, na intimidade do lar, cercados dos coloridos ambientes, diante da vontade de sentir que ali reinava a felicidade, fomos nos envolvendo em absorções fantasiosas, impregnadas de delícias amorosas e por fim, trocamos algumas palavras.

Ah! Se pudéssemos reviver aqueles primeiros beijos, quando o amor era primavera e que, agora, no inverno da indiferença, forçava a separação fatal de dois corações unidos pelo mesmo apego.

Lutamos para que o passado se tornasse presente e assim, fomos retrocedendo e atingindo cada vez mais, o lado bom do amor que era o nosso ideal.

Havíamos brigado mas isso foi por tão pouco tempo e parecia uma eternidade. Havíamos brigado mas queríamos que isso jamais acontecesse porque a indiferença nos fazia sofrer intensamente.

Conversamos, pedi perdão, você perdoou e, dentro da ansiedade desejada de reviver aqueles beijos tão ternos e cheios de vida, ele veio...

O beijo!

E voltou o amor a habitar os cadinhos de nosso peito, no seu devido lugar !

Júlio Sampietro
Enviado por Júlio Sampietro em 20/03/2006
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