Paixão Poética

A poesia anda para o calvário do esqucimento... Beiramos o tornar-se estagnado quando o assunto é literatura ou a poesia crua - nua em pêlo!

O "ser escritor" é se infiltrar nas entrelinhas do desconhecido e puxar dali todo o aparato físico ou abstrato que compõem o mundo poético. Tal mundo é decandente, é insignificante aos olhos dos mais apressados. O corre-corre das metrópoles faz passar despercebido o que a poesia tem de melhor: a sua singularidade perante o mundo tão monopolar, onde as coisas rondam ao redor de uma coisa só.

O individualismo é uma doença que corrompe, que dilacera os corações mais puros. Corações que poderiam apreender a poesia em si, mas apenas a verem passar como uma mendiga que pede por atenção. A poesia é suja e imunda, o mundo não mais a verá como antigamente...

Apesar da seboseira, a poesia ainda alicerça uma beleza ímpar. Uma beleza que o mundo cinza e quase inóspito lá fora parece ter perdido. E vem a coisa de que, a beleza do mundo talvez esteja enterrada na máscara de sujeira que a poesia desfila. Sujeira que é sinônimo da saliva, o cuspe dos mais indigentes... O mais hostis antagônicos da poesia...

Somos uma sociedade que ainda mata suas crianças...

Não percam tempo lendo este escrito, nada de importante está inserido nele... Pois, quem no mundo dará importância à um grito de ajuda?

Somos um fim que esqueceu o meio e alteramos o começo...

Somos nada além de assassinos.

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 03/11/2008
Reeditado em 04/11/2008
Código do texto: T1263843
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