Querer é poder

Querer é poder. Mentira. O querer pe querer e o poder, bem, é o poder. Uma vida sem querer se passou em meio ao poder, e na verdade, para quê tanto poder se não se tem um só querer. Acredito que um dependa do outro, daí o ditado, querer é poder, só não, poderíamos dizer assim: Se quero muito, até posso, mas sei que me danar de uma forma ou outra no fim das contas. Bem, perdi mais que ganhei em tudo isso, na verdade não faço as contas, apenas jogo tudo amassado no bolso e misturo em balas e papeis de poesia e contas não pagas. Também perdi um pedaço de minha alma já então estilhaçada, tudo bem, mais uma vez acreditei no reflexo do sol, nas cores do mosaico e na poesia do silencio, mas de praxe, assim se faz o vitral de minha vida, sem alma, dor, sorriso ou dinheiro no bolso, apenas o querer e o poder, claro, andando plenamente separados. Pintei a tela mais bonita em tecido que não era meu, deixei pintar sabendo que o que tinha, também era roubado. Mas usei as cores mais belas que tinha, e também absorvi em minha tela, o que tinha de mais belo no resto de alma que tinha ali, com poesia, encanto e tudo que se há de ter dentro de um belo sentimento. Fazer o que se a sorte que não existe e é teimosa em ser sorte, me fez gasto em ladeira abaixo. Percebi que o amor, esta sim em milésimos de segundos que mau conseguimos perceber, e também que nem adianta juntar tudo e fazer algo maior, que se gasta mais tempo juntando que conseguindo aproveitar o que se passa. Que seja, que se passe e que não quero mais saber o que se passa. Argumentos e palavras jogadas em textos prontos por pessoas feitas de papelão comprado barato em lixões não me valem nada, e mesmo que a escultura de meu caráter seja moldada de barro de qualidade questionável, tenho sim as mãos do amor em minha construção. Fiz tanto que o tanto me consumiu. E me resta agora, deixar ir, sem tentar esquecer o que passou, nem há como, afinal, faz parte de mim toda cor e estilhaço que ficou no chão, marcando um ponto final de algo que na verdade não vai ter fim, esse tal de querer. Deixo então essa resenha, se ia ser livro, historia ou poesia, nem sei, mas garanto, as linhas que estava lendo, eram de fazer poder, e quando se pode, querer se torna o menor dos problemas. Sigo em frente, como sempre, desta vez ainda querendo muito, mas pra variar, sem poder algum.