VOCÊ É DUAS?

Um comportamento bastante comum, e que sempre chamou muito a minha atenção, é a diferença que se revela na maneira de se comportar de algumas pessoas, quando estão na rua, e quando estão em casa.

Muitas vezes, a disparidade é tão grande, que parece que a pessoa na verdade é duas: uma é a pública, aquela que anda pelas ruas, que se preocupa em demonstrar simpatia, em ser agradável, em se relacionar com as pessoas que encontra de maneira respeitosa, e algumas vezes, até mesmo afetuosa.

A outra é o extremo oposto: é aquela que chega em casa, no seu ambiente familiar, e ali, não tem um mínimo de cuidado, chegando mesmo a serem ásperas e rudes com as pessoas que dividem com ela a intimidade de um lar.

Estas pessoas, quando se relacionam socialmente preocupam-se em agir de maneira bastante cordial, respeitosa e educada. Fazem questão de se apresentarem publicamente como pessoas simpáticas, costumam ser excelentes colegas de trabalho, super prestativas, bem humoradas e extremamente simpáticas, tranqüilas e suaves.

Quando estão na rua, ou ainda no local de trabalho, costumam chamar atenção justamente pela forma agradável com que se relacionam com os outros, com a serenidade com que conduzem as conversas e com a extrema simpatia com que tratam todos, mas quando se trata de relacionar com pessoas com as quais têm intimidade, seja esposa(ou marido), filhos, irmãos, pai ou mãe, literalmente se transformam.

Na verdade, quando em contato com familiares, se comportam de maneira oposta, parecem outra pessoa. Muitas vezes não lembram em nada aquela pessoa super legal, hiper gente boa que todos na rua conhecem.

A amabilidade é substituída pela grosseria, a fala mansa dá lugar aos gritos, a serenidade desaparece, e em seu lugar aparece uma maneira de ser até mesma agressiva, e o desrespeito é constante e habitual. Este desrespeito é demonstrado de várias maneiras, seja na constante falta de paciência com todos, nas respostas grosseiras que dão, no desdém que demonstram pelas pessoas “de casa”, ou até mesmo em um hábito muito simples: em casa, descuidam da aparência, vestem “qualquer coisa”, muitas nem mesmo penteiam os cabelos, mas quando por algum motivo precisam sair, rapidamente correm para o guarda roupa e para frente do espelho, para se arrumarem. Por que?

Por que é mais importante agradar as pessoas de fora, do que as que dividem a intimidade? Será que as pessoas com as quais convivem dentro de casa não merecem o melhor também? Será que esta serenidade que direcionam para as pessoas na rua, a amabilidade e a simpatia que demonstram publicamente, não podem continuar dentro de casa? Ou ainda, será que quem ama estas pessoas não merece também ser tratado com carinho, com suavidade e principalmente com respeito? Ou será por total displicência?

Temos muitas vezes a mania de só conseguirmos entender o quanto queremos bem alguém, quando aparece a possibilidade de afastamento. Outras vezes, só percebemos e entendemos que queremos, depois que não temos mais. Depois que maltratamos, negligenciamos e desrespeitamos demais!Pense nisso!

Francisquini
Enviado por Francisquini em 06/11/2008
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