A rainha

De Edson Gonçalves Ferreira

Para todas as minhas amigas do mundo

Estou chorando... Acabo de assistir ao filme "A rainha", de Stehen Frears, estrelado por Helen Mirren que conta a história da morte da fantástica Lady Diana que, pessoalmente -- é claro -- nunca conheci, mas de quem sabia alguma coisa através da mídia e de outra espécie de rainha chamada Clio Coelho Ferraz, amiga de Dona Beatriz, mãe de Lúcia Flecha de Lima, amiga íntima da "Princesa do Povo".

O filme é uma maravilha e mostra o quão grandiosas são as duas mulheres: a Lady Diana e a Rainha Elisabeth e, portanto, creio que merecem a atenção de todo mundo. Assistindo ao filme, em prantos, fiquei lembrando as últimas vezes que chorei -- tirando o falecimento do meu irmão Edgar -- chorei apenas porque a rainha da minha vida tinha ido embora: minha mãe.

Conheci muitas rainhas e vocês, mulheres, que lerem essa crônica, saibam que, para mim, todas vocês são uma rainha no meu coração. Conheci, pessoalmente, e admirei e chorei por Elis Regina, aliás até minha casa ficou de luto na época de sua morte. Era uma rainha também. Não me lembro da morte de Carmem Miranda, mas li muito sobre essa grande rainha que, também, partiu cedo, muito cedo como a Lady Di.

Eu tive uma amiga, simples, que cantava no Coral Divinópolis e que, antes de eu chegar em casa, depois de dar aulas à noite, ela me esperava do outro lado da linha, só para me contar como fora seu dia, embora trabalhasse na mesma empresa que eu. Seu nome: Raimunda Lopes, a Zi e, quando ela faleceu, meu mundo caiu. Era uma rainha embora fosse uma solteirona como, vulgarmente, chamam as mulheres solteiras com mais de "enta". No entanto, Zi era como São Francisco

e como Santa Clara: imponente, uma rainha.

Hoje, voltando ao filme "A rainha", eu havia sido contemplado com um telefonema de Clio Coelho Ferraz, embaixatriz cultural de Divinópolis, da Sociedade Amigas da Cultura de Minas Gerais e que, para mim, é uma rainha no sentido amplo da palavra. Ela zela pela Arte e Cultura e Natureza. Tem uma nobreza de espírito incrível transmitida por seus pais Dr. Quito (poeta) e Conceição Coelho. Quando acabava de assistir ao filme, liguei para ela, aos prantos.

Não vou prolongar a minha crônica, mas existem mulheres, amigas e amigos, que sáo rainhas e princesas naturalmente. Não importa a linhagem, basta a nobreza de espírito. E, no momento, lembro-me de algumas como: minhas tias, minha mãe, minhas amigas e

as célebres mulheres internacionalmente conhecidas como: Carmem Miranda, Elis Regina, Edith Piaf, Greta Garbo, Maria Callas, Henriette Morineau, Rachel de Queiróz (in memoriam), Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Adélia Prado, Clio Coelho Ferraz, Lúcia Flecha de Lima e você que, porventura, acessar essa página e comungar comigo a idéia de que nobreza vem do espírito e não do sangue.

Diante da majestade das mulheres que, conforme já disse, no meu livro "Chupando caquis", "As mulheres são capazes de fazer milagres//só com o jeito simples de tocar as coisas", eu me curvo, vassalo. Um beijo para vocês todas.

Divinópolis, 09.11.08

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 09/11/2008
Reeditado em 09/11/2008
Código do texto: T1273547
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