Nada posso

Nada posso oferecer a qualquer pessoa.
Apenas o que existe nela mesma.
Não conseguiria abrir outro mundo.
 Posso oferecer-lhe o impulso para tornar visível o seu próprio mundo.
Sua alma.
Nada além disso.
Para nascer é preciso destruir, romper com o passado e as tradições mortas.
É necessário desvencilhar-se da infância.
É preciso ousar ser.
A solidão tem me mostrado caminhos do autoconhecimento.
Não posso acreditar em acasos.
A vontade e necessidade me conduzem a lugares verdadeiramente necessários.
Tento levar tudo até o fim.
Buscar soluções completas, por que sei que se assim não o fizer um dia retornará.
Terei que buscar soluções novamente.
Então, o melhor é esgotar.
Não fujo da vida, por mais difícil que seja.
Provoco e incomodo por isso.
Mas não consigo viver de forma contemplativa.
Saboreio minha solidão.
Minha trajetória tem sido marcada por situações que se repetem.
Mas sempre encontro possibilidades de mudança.
Não perco com isso a capacidade de amar
Amo.