Escoriações da Poeira Cósmica*
 
            O despencar do corpo imovél há 200 km por hora, no terreno arenoso do deserto que é a terra, me fez por um pouco, parar e pensar na lacuna que os fios e o rastro de sangue deixaram em um pequeno e curto espaço de tempo, que ocorrera na presente primavera.
            Sacras escoriações que nossa alma se põe a auto-flagelar diáriamente. Somos tão pequenos e mesquinhos, que dependemos exclusivamente dessa podre gasolina aditivada. Submergida ao sabor agridoce que deliciamos diariamente no almoço das 22 horas de uma vida, blasfemada na possuidora forma exorcista de achar que fomos contemplados pelo corsórcio dos sonhos recicláveis, apenas achamos, mas a realidade sempre é tão diferente dos demais.
            Poeira cósmica que me entope as veias, sendo afariando pelo perfume degustável do sangue que a todos saboreiam. Os pulmões estã carregados de favas e achismos que poucos, muito poucos entendem. Mas na via láctea caramelada do piolhos pertencentes aos mancebos, que detém sangue novo nas limpas veias em que a poluição ainda não os embebedou.
            Curar, não mais que isso, apenas curar. As escoriações deixadas, não foram marcadas pelo santo sentimentos da humanidade, mas sim pela efemeridade da devassidão prostibulá que o despudor contaminou. Está serão curadas, pelo mesmo amor que lhe foi devotado, mas não pela mesma pessoa. A passagem do mastro imperial ao novo herdeiro de andrômeda, será posterior a imortalidade que estas escoriações deixaram, no proprio prometido.
            O sangue seguirá um rastro, as mensagens também. Basta que você enxergue com a razão, a tudo que se pois aqui ser julgado como uma leviandade infântica. Onde muito será dito, ainda que seja mal intepretado, não será entendido por sua pouca percepção inóspe.
 
“ A nostalgia vai ficar. A rebeldia, vai voltar...”
Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 13/11/2008
Reeditado em 13/11/2008
Código do texto: T1282139
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