AINDA SOBRE PERDÃO

 

         Algumas vezes temos perguntas que nos perturbam e achamos que são apenas nossas. Escrever sobre o perdão me fez muito bem, pois além de precisar ler muito sobre o assunto, me fez perceber que não estou só nesse barco de interrogações, que não estou navegando sozinha neste mar de dúvidas e questionamentos.

Como ficou claro em meu texto, tenho dúvidas quanto ao que seja perdoar. Ainda não tenho claro em mim o sentido verdadeiro (leia-se prático) do perdão, apesar de, em muitos momentos, acreditar que perdôo, o que é, no mínimo, um paradoxo.          

            Todos os comentários feitos em meu texto me ajudaram a refletir e entender melhor sobre esse sentimento tão divino e necessário aos humanos. Li todos, várias vezes. Aprendi um pouco mais com cada um e aprendi, principalmente, que continuo sabendo muito pouco sobre o ato de perdoar.

            Mas é preciso ficar claro que mesmo sendo incapaz de entender a grandeza do gesto de perdoar, não sou uma pessoa vingativa. Para ser bem honesta: não quero ser, pois apesar da raiva e de, no momento de explosão, desejar que caísse um raio sobre quem me feriu, no fundo não quero o mal de ninguém.

            Apesar disso descobri que sou mais egoísta do que gostaria de admitir. Gosto de ver uma pessoa que me feriu precisando de ajuda e ser eu a pessoa a socorrê-la, não por generosidade... E ai, não é um gesto de perdão ou será? Acho que não, sei lá. Muitas vezes pessoas que me magoaram voltam a fazer parte de minha vida e convivo com elas numa boa, não sei se por perdoá-las ou por gostar de tê-las por perto. Seria isso a mesma coisa?

            A verdade é que neste assunto eu só sei que sou humana demais para entender das coisas divinas. Imperfeita demais para ser semelhança do Criador. Falível ao extremo para lidar com sentimentos de tamanha magnitude. Perdoando ou não eu não quero o mal de ninguém, não guardo mágoas, e creio que sou incapaz de odiar, apesar de não ter muita certeza disso.

            Tem um adágio que diz: “quem ama sempre perdoa”.

Eu sempre acreditei que amar é não precisar perdoar ou pedir perdão... Mas isso é outra história, ou não?

17/11/2008.




Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 18/11/2008
Código do texto: T1289860
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