BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Várias vezes durante a minha infância, eu testemunhei uma vizinha ser agredida pelo marido. Eram gritos, móveis quebrados, as crianças chorando. Pelo menos uma vez por semana essa situação se repetia. No decorrer dos anos, o marido agressor teve um derrame e essa enfermidade o levou a morte. A esposa agredida contraiu e potencializou um câncer vindo a falecer. Na minha adolescência, assisti o casamento de uma amiga desmoronar, pois seu jovem marido decidiu se livrar dos móveis e de suas neuroses agredindo e torturando a esposa. Leio freqüentemente nos jornais, casos e mais casos de mulheres que são agredidas, humilhadas e torturadas violentamente. Situações como essas ocorrem em todas as partes do mundo. Eu me pergunto o que é possível fazer para que essas agressões terminem. Penso, penso e acredito que a solução terá que vir da própria mulher. Somos agredidas, física, mental e espiritualmente. A imagem de que Eva foi à traidora do paraíso persegue todas as mulheres. Não somos Eva no sentido de traidoras, somos mulheres, seres intuitivos, companheiras, inteligentes e fortes. Necessitamos de companheiros saudáveis, não homens loucos, agressivos que tentam curar seus problemas mentais, agredindo as mulheres de todas as formas possíveis. Para que se reverta à situação de agressividade, temos que trabalhar nossa auto-estima. Temos que saber e sentir que valemos muito. Temos que saber e sentir que somos capazes de ter uma vida rica, justa, feliz e saudável sem que para isso seja necessário sofrer. Nem uma mulher precisa de um homem que a sustente. Nem uma mulher precisa de um homem que realize seus desejos. Nós somos capazes de comprar tudo o que queremos, somos capazes de prover nosso sustento. Quando buscamos parceiros, buscamos homens saudáveis, companheiros e não homens impotentes, fracos, que necessitam mostrar seu valor em cima da desgraça feminina. O amor é um sentimento forte e poderoso. A mulher que se ama e se respeita não aceita ser maltratada. Não coloca sua integridade em risco. Para todas as mulheres que estão na luta do dia-a-dia, estão se descobrindo e foram ou são agredidas, procurem ajuda. Busquem terapia, polícia,órgãos governamentais,ONGs, grupos de auto-ajudem. Reajam, lutem, denunciem, mas terminem o ciclo tenebroso de agressão. O amor maior deve ser trabalhado primeiro em nós mesmos. Quem se ama não aceita agressão. Aceita respeito, companheirismo e diálogo. A vida esta em constante movimento. Não precisamos controlar o mundo, mas temos sim, que mostrar para nós mesmos que merecemos tudo de bom que o mundo possa nos oferecer, como por exemplo, uma vida feliz e digna. Basta de violência.

Fátima Pacheco
Enviado por Fátima Pacheco em 25/11/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1302565
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