JÁ É DEZEMBRO


            Dezembro é um mês especial para mim. Comecei a namorar meu esposo no mês de dezembro. Também fui pedida em casamento neste mês. Fui mãe pela primeira vez em dezembro. Fiz as provas do vestibular em que fui aprovada em dezembro. Além de ser o mês do Natal – festa que adoro – sempre vivi momentos maravilhosos neste mês.

            Gosto do clima especial de fim de ano. Tudo parece festa. Claro que apenas parece. Os problemas continuam, a fome não desaparece, a violência insiste em atrapalhar a festa, as doenças não cedem lugar a saúde, o analfabetismo continua segurando o canudo e fingindo que aprendeu a ler.

            Mas, apesar de tudo isso o clima é mais ameno. Parece que nos tornamos mais humanos. Infelizmente apenas parece. A hipocrisia continua a sentar-se a mesa, fingindo-se cordial; a maldade passeia sorridente parecendo simpática e natural, a crueldade disfarça-se de cordialidade e chega em largos sorrisos, a falsidade embala-se em pacotes coloridos e chegam em forma de presentes.

            Ainda que o desemprego continue crescendo, a crise continue a nos assustar, que por falta de compromisso de nossos governantes não sejam resolvidos nossos problemas estruturais, que os índices não revelem a verdadeira cara do Brasil, mesmo assim é possível sentarmos à mesa com a família e brindarmos o amor.

            Apesar de tudo é possível ser feliz. Comemorar. Alegrar-se com os amigos. Festejar as conquistas. Celebrar a vida, a amizade, a saúde, o trabalho, a família. Não podemos esquecer que o Natal é a festa da família. A maior festa cristã. Hora de relembrar e comemorar o nascimento daquele que veio ao mundo para nos salvar.

            Desarmemos os nossos corações. Arranquemos de nossa alma a tristeza, a mágoa, a desconfiança, as lembranças que ainda nos machucam. Vamos nos vestirmos com o nosso melhor sorriso e festejar a esperança. Vamos acolher nosso amigo. Desculpar aquele que nos magoou. Dizer eu te amo para quem nos faz feliz. 

             Não vamos permitir que as dores atrapalhem a alegria. Lembremos do parto. Dizem que é a maior dor que uma mulher sente (eu fiz cesariana, portanto não posso falar com conhecimento de causa), entretanto esta dor não anula a alegria do nascimento de uma nova vida. 


            Vamos nos preparar para o melhor Natal de nossas vidas!




*Da série: Esperando o Natal.

Foto do Natal de 2004.
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 01/12/2008
Reeditado em 01/12/2013
Código do texto: T1312631
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