A PÉROLA É O PRODUTO DA DOR

A pérola é uma jóia cara, caríssima, porque é encontrada em certas conchas de moluscos nas profundezas do mar. O molusco precisa ser ferido, e é daí que a secreção se solidifica formando a pérola.

Pérolas são produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha no interior da ostra, como um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Seu brilho é translúcido, capaz de captar os raios solares. Porém é a pérola que, em todo o seu esplendor reflete as cores do arco-íris.

Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola é formada.

Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Por isso, está aí a comparação com o Reino de Deus.

A sede dele está nas profundezas da alma da gente e o seu esplendor só se revela plenamente à luz da vida diária, por meio da vivência ética, da honestidade, moralidade, do amor ao próximo, da caridade, dos bons ensinamentos, do trabalho, do conhecimento desse Reino.

Cabe-nos a responsabilidade de mudar o porvir, pois a violência só existe porque não entendemos ainda a lei do amor.

Por isso, Precisamos nos submeter às leis dos homens para nos reeducar.

É como se todos nós fôssemos pedras pontiagudas e precisássemos de nos tornar redondinhas para conseguirmos rolar no Rio da Vida, até descobrirmos o caminho que possa nos levar ao Criador de Vidas, ao Reino de Deus.

Vejam a comparação no poema abaixo:

SEIXO ROLADO

A. Carrijo

Eu era uma pedra,

cheia de arestas,

de pontas agudas

que feriam os que me tocavam.

Mas

os meus sofrimentos

e os pés que me pisaram

desbastaram-me as quinas,

abateram-me as agulhas.

Hoje,

quando apalpo o meu ser

com as mãos da consciência,

não me reconheço no passado.

Como estou diferente!

Sou um seixo rolado,

polido pela dor.

Obrigado, Senhor!

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 05/12/2008
Reeditado em 05/12/2008
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